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Artigo

A conta do aeroporto é do Leitão

12 de Maio de 2017 as 19h 42min
Fonte: Jamerson Miléski

 

Na noite dessa quinta-feira (11), as entidades de Sinop realizaram um evento para expor para a sociedade, a situação atual do aeroporto municipal. A verdadeira motivação desse ato foi semear uma consciência da necessidade de união entre a iniciativa privada, lideranças de classe e políticas da cidade, por um propósito maior: fazer Sinop voar. A maioria entendeu a proposta de união, como união mesmo, se colocando a disposição para somar. Já o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), entendeu “união” como “oportunidade de sair de um ostracismo de 8 anos provocado por dor de cotovelo da atuação de Juarez Costa”. Leitão, por decisão do cerimonial ou exigência dele (não sabemos), foi o último a falar. Esse é o melhor jeito de dizer qualquer coisa sem poder ser retrucado. Sua fala, como de costume revestida de discurso político, até começou bem. Leitão enalteceu a ação das entidades, falou do desprendimento de Rosana Martinelli (PR), em dialogar com todas as lideranças políticas de Sinop e de como a cidade se mobilizava no passado, através das entidades de classe, para construir coisas. Citou, como é de praxe, a Apae e outros redutos sociais/políticos que pessoalmente ajudou a construir. O que parecia a abertura de um discurso coerente, foi apenas uma passada de pano para ele mesmo entrar no salão.

Primeiro Nilson disse que passou 8 anos sem ser convidado para evento político algum em Sinop. Depois, disse que toda vez que questionava sobre o projeto de reestruturação do aeroporto, a gestão dizia que estava tudo certo (o que as entidades constataram de fato na última semana – de fato estava tudo certo). A sequência da fala do deputado é a mais fina masturbação política exibicionista. Em frente a todos, Leitão se auto-massageava relembrando os melhores momentos da sua gestão em prol do aeroporto, quando lá em 2001 a pista foi interditada por que não havia cerca. Mas também não havia companhia aérea interessada em operar então... tanto faz. Falou da cerca, do terminal “ovo” de passageiros que levou 6 anos para construir, mas que “pré-inaugurou” 7 vezes, do asfalto da Catedral até o aeroporto e da iluminação da pista para voos noturnos – tão boa que segundo ele só não pousa avião a noite em Sinop porque o Juarez não fez manutenção. “Se há 10 anos descia avião de noite, porque não desce agora?”. Avião? Qual? As carroças com hélice para 42 passageiros da extinta Trip Linhas Aéreas? Ou seria os aviões da Ocean Air, que Leitão afirmou que operariam em Sinop em 2005, mas que faliu logo na sequência?

O fato é que Leitão demonstrou na noite de quinta que sem ele, o Aeroporto de Sinop não funciona. E como agora ele está na patota, tudo vai dar certo. O deputado chegou a dizer que o aeroporto não precisa de R$ 90 milhões para reestruturação, que não tem nem onde colocar. Disse que se Juarez tivesse colocado R$ 400 mil por ano estava tudo certo. É aquele modelo de gambiarra, digo, arranjo técnico, que os mais antigos já conhecem. Para concluir, Leitão disse que Rosana resolveu, com sua ajuda, em 4 meses todas as burocracias com relação ao aeroporto que perduraram em Brasília nos últimos 8 anos de Juarez. Feito isso, Leitão disse que vai pedir R$ 1 milhão do deputado Dilmar Dal’Bosco, R$ 1 milhão do deputado Silvano Amaral, R$ 1 milhão do deputado Baiano e que vai inteirar a conta com mais R$ 2 milhões seus. E que isso resolve o problema do aeroporto. “O que precisamos fazer é colocar o aeroporto de Sinop com voos faça chuva ou faça sol”, disse o deputado federal.

Começamos a partir de hoje a contagem regressiva desses R$ 5 milhões. Não vale pegar aqueles que já estão na Sinfra andando. Tem que ser outros R$ 5 milhões, do contrário o senhor estará viajando com passagem paga por outros, deputado – o que não chega ser algo estranho para vossa excelência.

O ego faz alguns políticos acharem que sem eles, tudo de bom que acontece não é bom de verdade. Quem pensa assim, precisa de ajuda profissional. O único biruta do qual o aeroporto de Sinop não funciona sem, é o instrumento que indica a direção do vento. Os outros, são bem dispensáveis. 

Jamerson Miléski

O Observador