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Trabalhar para que? Por que?

05 de Maio de 2020 as 08h 09min

Agora, já passados 65 anos de sua existência, Jorge ainda vislumbra como lhe foram inesquecíveis os seus anos laborais. Desde a adolescência, até o ano passado, quando lhe chegou a aposentadoria, não aceitava ficar parado, mesmo em período de férias. As memórias ficaram gravadas no corpo e na mente. Duas hérnias discais na coluna lombar e, um tratamento para depressão adquirida nos últimos 10 anos.

Trabalhar é necessário, isso é inquestionável. Sem o trabalho até os lares padeceriam na sordidez, porém, trabalhar é um problema a partir do momento em que é possível gerar doenças físicas como os problemas lombares, em punhos e quadris comum em trabalhadores que utilizam a força e, também os problemas mentais como a depressão a ansiedade e a síndrome de Burnout para os profissionais que laboram com a mente.

O trabalho com o objetivo de receber salário, passou a ser utilizado entre os séculos XVIII e XIX na Europa, com o advindo da Revolução Industrial. Até o final do século XVIII a maioria da população européia, vivia no campo e produzia o que consumia. Os produtores de maneira artesanal dominavam todo processo produtivo. À medida que foram passando os anos europeus, a indústria assumiu o lugar da manufatura. Desde 1860 até as datas atuais, a Revolução Industrial ainda segue acontecendo no mundo, dentro das empresas e até dentro de nossas casas. O Home Office é uma prova viva da produção em larga escala no interior dos lares. Uma espécie de manufatura globalizada.

No Brasil, trabalhar sempre foi uma necessidade nacional, mas, a exploração trabalhista ocorreu desde o país colônia, até os dias atuais. O inicio do século XX marca a classe trabalhadora por extensas horas laborais, sem pausa, descanso em fins de semana ou férias remuneradas. Getúlio Vargas com suas convicções mesmo que incoerentes para muitos na época, consegue mudar este cenário e, reescreve a história trabalhista no Brasil, com a reorganização das leis do trabalho.

Afinal, trabalhar vale a pena no cenário atual? Com as novas leis trabalhistas, vale a pena trabalhar? Entre benefícios que se possam encontrar nos ofícios laborais estão, a autonomia financeira com poder de compra, auto superação, o bem estar e a comodidade. A realização profissional e familiar fazem parte do alicerce estável após alguns anos de dedicação. Por outro lado, trabalhar pode trazer consequências cumulativas, frutos dos excessos ou opressões diárias nos cenários dos empregos. Problemas físicos e mentais podem ocorrer causados por lesões por esforços repetitivos, por excesso de cargas ou movimentos repetidos que podem limitar ou afastar o empregado de seu ofício. Um olhar especial se deve às doenças mentais como ansiedade e depressão, motivos de absenteísmo de uma grande porcentagem de profissionais na atualidade.

Se aconselhamento fosse possível para um trabalhador , a dica seria “trabalhar com prazer” e “trabalhar para viver”. Jamais ao contrário, para que as horas de labuta sejam objetos de orgulho e “TBT” e não de enfermidades e amargas lembranças.

Que as horas laborais possam ter o sabor das tardes de domingo e que São José se orgulhe de “Seu Jorge” que ainda hoje, se orgulha vislumbrar seus frutos à seus herdeiros trabalhadores.

 

*Julio César Marques de Aquino (Júlio Casé) é médico de Família e Comunidade pela SMS- Sinop/MT. Professor de medicina de pela UFMT campus Sinop. Autor do livro “Receitas para a vida” pela editora Oiticica.

Júlio Casé

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*Julio César Marques de Aquino (Júlio Casé) é médico de Família e Comunidade pela SMS- Sinop/MT. Professor de medicina de pela UFMT campus Sinop. Autor do livro “Receitas para a vida” pela editora Oiticica. Medico residente de Psiquiatria HMCL - SMS - São Paulo. Titular da cadeira número 35 da Academia Sinopense de Ciências e Letras cujo o patrono é o médico e escritor Moacyr Scliar. Contato: email: juliocasemed@gmail.com