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Logística

Chineses atestam viabilidade da ferrovia bioceânica em Mato Grosso

Linha férrea que liga o Mato Grosso ao Peru é economicamente viável

Economia | 13 de Julho de 2016 as 18h 51min
Fonte: Jamerson Miléski

A posição é da empresa contratada pelo governo da China, a Creec, responsável pelos estudos de viabilidade técnica da ferrovia Bioceânica. A linha férrea é projetada para ligar o Brasil ao Porto de Bayovar, no Peru, com 5 mil km de extensão, partindo de Goiás e passando em Mato Grosso na altura de Lucas do Rio Verde.

Segundo os estudos da CREEC, a ferrovia teria capacidade para transportar inicialmente cerca de 23 milhões de toneladas de carga, podendo chegar aos 53 milhões de toneladas. O total seria equivalente a 37% da carga produzida em Mato Grosso transportada ao país vizinho.

Outra conclusão apresentada pelo estudo é sobre o melhor caminho da ferrovia no Peru. Entre as opções, o Norte se mostrou mais viável, apesar de ter 600 quilômetros a mais de distância. A vantagem, por outro lado, seria a menor altitude, uma vez que nos demais trajetos (Centro e Sul) a ferrovia teria que subir 4 mil metros pela Cordilheira dos Andes, o que, possivelmente, encareceria o preço do transporte.

Conforme o estudo, a ferrovia cortaria Campinorte (GO) e Lucas do Rio Verde, passando por Porto Velho (RO), Acre, até o Peru. A estratégia dos chineses seria evitar áreas indígenas e ainda utilizar pilares de alta elevação (comuns no país asiático), para minimizar o desmatamento. Os estudos não levaram em consideração um possível trecho até o Rio de Janeiro. Seriam necessários 9 anos para a conclusão da obra – considerando o ritmo chinês.

O governo brasileiro aguarda a definição dos chineses para decidir como será a licitação da obra. Segundo Dino Fernandes, secretário de fomento do Ministério dos Transportes, após o complemento dos estudos, o governo “vai se debruçar sobre a forma de licitar a ferrovia”.

Pelos estudos, a ferrovia poderia transportar, em 2025, cerca de 15 milhões de toneladas na direção do Pacífico e outros 8 milhões no sentido oposto. Para 2050, as projeções sobem para 33 milhões e 19 milhões, respectivamente. A principal carga seria de grãos da região do Mato Grosso. A projeção é de que 37% da carga dessa região siga pela ferrovia até o Pacífico, 51% vá para os portos do litoral sul brasileiro e só 12% suba para portos no Norte.

Mas os governos federal e do Pará trabalham para licitar a concessões de duas ferrovias e uma rodovia que seguem de Mato Grosso para o norte do país, além dos caminhos já existentes pelo Rio Madeira e a Ferrovia Norte-Sul. Se concretizado, os 12% de carga do Mato Grosso previstos pelos chineses para essa área praticamente inviabilizaria todos os projetos.

A Biocêanica foi anunciada num acordo entre os governos brasileiro, chinês e peruano ano passado. Os estudos vão ser aprofundados e ainda devem durar ao menos um ano. Os chineses já gastaram R$ 200 milhões nos levantamentos, mas informaram que precisam estudar ainda mais o projeto para estimar os custos da construção, principalmente na Cordilheira dos Andes.