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Economia

Inflação de Sinop é maior para quem é pobre

Enquanto os preços gerais subiram 3,72% no último ano, a cesta básica ficou 10% mais cara

Economia | 21 de Março de 2019 as 11h 42min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: Divulgação

Para quem mora em Sinop e é de classe média ou alta, temos boas notícias de economia. A inflação no mês de fevereiro foi de 0,34% - uma leve alta com relação ao mês anterior, mas dentro do que os economistas classificam como “ideal”.

O levantamento da inflação local é realizado pelo departamento de economia de Sinop, em parceria com a CDL Sinop, monitorando os preços desde março de 2013. O levantamento referente ao mês de fevereiro foi apresentado na manhã desta quinta-feira (21), pelo economista Feliciano Azuaga.

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação de Sinop foi de 3,72% - abaixo da média nacional, que está em 3,89%. “Uma inflação de 3,72% mostra que o cenário é estável, com leve crescimento nos preços, mostrando que existe consumo, mas que de forma geral não há desiquilíbrio financeiro”, explica Azuaga.

Para fins práticos, significa que os R$ 1.000,00 que uma pessoa ganhava em fevereiro de 2018 agora “valem” R$ 962,80 – uma perda no poder de consumo na casa dos R$ 37,20. Isso se você não for pobre.

O departamento de economia também monitora da Cesta Básica – formada por 13 itens em quantidades suficientes para alimentar um humano adulto no intervalo de um mês. Essa cesta não é aquela pronta, vendida nos mercados. Ela é uma representação do mínimo que uma pessoa precisa para se manter alimentada.

A cesta, padrão Dieese tem carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Em fevereiro deste ano, o sinopense gastou, em média, R$ 426,67 para comprar essa cesta básica – 1,79% a mais que no mês anterior. Ou seja, enquanto a inflação geral foi de 0,34% em 30 dias, a “inflação da cesta” foi 5 vezes maior.

O impacto a longo prazo também é maior para quem vive de cesta básica. O GC Notícias comparou os dados desta quinta-feira com o levantamento feito em fevereiro do ano passado. Em um ano a cesta básica pulou de R$ 386,62 para R$ 426,67. Isso representa uma inflação de 10,3% em 12 meses.

O cidadão classe média perdeu sobre R$ 1.000,00, com a inflação de um ano, R$ 37,20. Já o pobre R$ 40,05 em poder de compra sobre R$ 386,62. “A inflação nos preços atinge de forma mais impactante a população de baixa renda, cujo poder de consumo é limitado. Quando os preços sobem, quem possui poder aquisitivo corta serviços, deixa de fazer aquisições ou muda alguns hábitos que não são essenciais. A classe com renda inferior não tem essa margem para cortar”, avalia o Azuaga.

A longo prazo, esse efeito provoca uma depreciação no poder de compra das classes mais pobres. Isso porque o salário é reajustado anualmente tomando como base a inflação geral e não o real aumento nos produtos de base – consumidos pela classe baixa. “Isso vai deixando o pobre cada vez mais pobre”, completa o economista.

Dentro dessa cesta básica, em Sinop, o que mais teve alta foi o feijão que ficou 27,7% mais caro em fevereiro. A lista segue com batata (+13,7%), tomate (+16,6%), banana (+18,5%) e carne (+5,1%). O impacto no preço geral só não foi maior porque a farinha ficou 9,1% mais barata e o açúcar -6,54%.