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Sinop

Usina de etanol deflagra primeira expansão

Planta industrial de Sinop será expandida antes mesmo de começar a operação

Economia | 07 de Fevereiro de 2019 as 11h 19min
Fonte: Jamerson Miléski

O negócio da Inpasa S.A (Indústria Paraguaya de Alcoholes), em Sinop, mostrou-se ser melhor que as projeções otimistas. O grupo que está investindo R$ 500 milhões na construção da maior usina de etanol de milho do país já começou um projeto de expansão – antes mesmo do início das operações, previstas para julho de 2019.

A Inpasa protocolou essa semana, 4 processos de licenciamento ambiental, solicitando à Sema autorização para ampliação da sua estrutura. Basicamente, o grupo quer aumentar o seu negócio para além do que havia sido inicialmente projetado.

É o que explica o gerente da Inpasa em Sinop, Fernando Alfini. Segundo ele, uma das licenças solicitadas à Sema é para instalação de uma nova unidade de armazenagem, com capacidade para 200 mil toneladas de milho. “Inicialmente o projeto previa a construção de 2 armazéns com 200 mil toneladas cada. Decidimos ampliar e fazer o terceiro armazém”, explica Afini.

Com isso a capacidade de armazenagem da indústria aumentará um terço. A imobilização da matéria prima é uma forma de ampliar, também, a capacidade de produção diária de etanol. O grupo pretende iniciar a formação desses estoques já.

A Inpasa também solicitou à Sema uma Licença de Operação prévia para armazenagem de milho e cavaco de madeira. A biomassa de eucalipto e pó de serra será utilizada como combustível. Para manter as caldeiras acesas, a Inpasa consumirá mil toneladas de biomassa por dia. Serão processadas 3,6 mil toneladas de milho por dia. “Pretendemos iniciar a formação dos estoques agora para que a produção possa começar assim que a unidade estiver pronta e com a Licença de Operação expedida”, completou o gerente da Inpasa.

A empresa também vai ampliar o seu complexo varejista. A Inpasa irá instalar um posto de combustível que servirá como apoio nas imediações da usina. Inicialmente, o grupo projetou uma estrutura com capacidade para comportar 200 caminhões, prevendo um investimento de R$ 10 milhões. Eram previstos 3,5 mil metros quadrados de área construída. Agora a Inpasa pediu a permissão para ampliar o posto de combustível para uma área total de 5 mil metros quadrados de construção.

As obras da Usina de Etanol da Inpasa iniciaram em fevereiro de 2018, em uma área de 150 hectares na entrada Sul de Sinop, às margens da BR-163.

 

Quando estiver pronta

A usina terá uma capacidade instalada para produzir 1,5 milhão litros de etanol por dia, consumindo 3 mil toneladas de milho a cada 24 horas. A estimativa da Inpasa é consumir 1 milhão de toneladas no primeiro ano de atividade. Na última safra, Mato Grosso colheu 30 milhões de toneladas do cereal. A matéria prima para indústria virá de Sinop e também dos municípios circunvizinhos.

Quando estiver em operação, a usina irá empregar 77 pessoas diretamente. O número baixo de postos de trabalho está diretamente relacionado a tecnologia embarcada na planta. Conforme o diretor-presidente da Inpasa, José Odvar Lopes, a indústria será 100% automatizada. Uma equipe recepcionará o milho que entra na usina, fazendo a pesagem e classificação. Esse é o único contato pessoal com o produto.

Depois de pesado e classificado, o milho transbordado é mecanicamente levado aos armazéns. Um sistema de elevadores e esteiras conduzem o grão para os moinhos e, posteriormente para os tanques de cozimento, onde são acrescentados os aditivos para a quebra do amido que será transformado em álcool. O mosto segue por tubulação, até o resfriador, depois pela centrífuga e então para os destiladores, que separam o combustível por evaporação.

Na usina da Inpasa em Sinop, todo esse processo será monitorado por uma sala de comando. Através dos painéis, os engenheiros controlarão toda a planta industrial. “Quando a usina estiver em atividade, não haverá ninguém andando por ela. Tudo funciona a partir de um comando central, de forma remota. Os funcionários só andam pela usina e tocam nas máquinas com os equipamentos desligados”, revela o presidente da companhia.

O álcool combustível produzido abastecerá Sinop e região, mas menos de 15% deve ficar em Mato Grosso. A Inpasa foca nos mercados de Rondônia, Manaus e Belém como principais destinos para sua produção de etanol. Lopes estima um payback (retorno do investimento), entre 7 a 9 anos. “O mercado de combustíveis renováveis só vai crescer e o etanol de milho é o mais proeminente deles”, avalia.

 

Para além da bomba

O subproduto do etanol de milho é o DDG (Grão secos por destilação – em inglês). Com uma alta taxa de concentração protéica, o DDG é ideal para o trato animal, sendo o melhor concentrado para o confinamento de gado. Em avaliações recentes realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais, o DDG mostrou índices de conversão de carne similares a torta de algodão – considerado o mais nutritivo para o gado, porém com um efeito colateral abominado pela indústria frigorífica: um sabor desagradável na carne.

O DDG não compromete a palatabilidade da proteína animal, tanto na carne como no leite. Quando estiver em operação, a usina da Inpasa irá abastecer a pecuária do Norte de Mato Grosso com 1,5 milhão de toneladas de DDG por ano.

A usina também produzirá cerca de 10,3 mil litros de óleo de milho e 60 mw de energia elétrica, dos quais 50% serão absorvidos pela própria planta e o restante comercializados.

Para que a logística seja fluída, a Inpasa fará um trevo com retorno de acesso sobre a BR-163, no km 817, bem em frente a sua planta industrial. Serão 9,5 mil metros quadrados de área construída, com 850 metros de extensão sobre a rodovia.

 

Gigante do milho

A INPASA é hoje a maior produtora de etanol de milho da América Latina. Localizada no município de Nueva Esperanza no estado de Canindeyú ao leste do Paraguai, a companhia foi fundada em 2006, mas iniciou as suas atividades no final de 2008.

Atualmente a companhia produz 12 milhões de litros de etanol por mês e 300 toneladas de DDGS por dia. A INPASA possui mais de 60% do mercado nacional de etanol, fornecendo para as principais empresas do seguimento: Copetrol, B&R, PETROBRAS, PUMA, ESSO, MONTE ALEGRE, ALCOPAR e outras.

A multinacional possui capital aberto de vários países, inclusive dos Estados Unidos e conta com investimentos no Paraguai.