Estado tem um orçamento de R$ 120 milhões para construção de escolas

Valor é 3 vezes maior que no ano anterior mas insuficiente para construir uma escola por município

O Governo de Mato Grosso triplicou o orçamento para a infraestrutura das escolas estaduais em 2016. No início de 2015, o orçamento para construção, reforma e melhorias das instituições estavam na casa dos R$ 40 milhões. Para este ano a Secretaria de educação conta com um orçamento de R$ 120 milhões.

Apesar do considerável aumento, o recurso é insuficiente para construir uma escola estadual em cada município do Estado. Mesmo no novo modelo de estrutura implementado pelo governo Taques, que promete reduzir o custo da edificação em 40%.

Na última licitação lançada para construção de escolas, finalizada em outubro de 2015, o Estado contratou uma empresa por R$ 7,9 milhões para edificar 4 escolas – incluindo uma em Sinop. Cada unidade terá um custo inicial de R$ 1,9 milhões. As estruturas desse modelo contam com 18 salas de aula, gerando um total de 1,4 mil vagas.

Caso consiga repetir a fórmula no orçamento de 2016, tendo um custo médio de R$ 1,9 milhão, o Estado promoverá a construção de 63 novas escolas. Mato Grosso conta com 141 municípios.

Se por um lado o orçamento de 2016 do Estado não irá contemplar todos os municípios, por outro deve chegar próximo de corrigir o déficit de vagas no Estado. Atualmente Mato Grosso conta com 2.824 instituições de ensino (incluindo das creches ao ensino médio). Destas, 1.561 são municipais, 12 são federais, 498 são privadas e apenas 754 escolas são Estaduais.  Mesmo com menos estruturas, o Estado absorve o maior número de alunos. Dos 866 mil alunos matriculados em Mato Grosso, 423,8 mil estão em escolas estaduais, 341,1 mil em municipais e 104,7 mil em escolas privadas.

A média de aluno por unidade escolar dá uma ideia da superlotação na rede estadual. Na educação privada, são 210 alunos por instituição. Na rede municipal, 218 alunos por escola. Já na rede estadual são 548 alunos por escola. Os números são do censo escolar de 2014.

Caso consiga iniciar a construção de 63 novas escolas com o orçamento de 2016, nos moldes da Escola Estadual Nossa Senhora de Lourdes, em Sinop, o Governo Taques irá gerar 90,7 mil vagas com as edificações. O volume representa um incremento de 10% no número atual de estudantes matriculados em todo o Estado. Caso consiga operacionalizar todas essas instituições em 3 anos, Taques encerra o seu mandato com a conta da educação “zerada”.

Na manhã desta terça-feira (12), o governador Pedro Taques se reuniu com o secretário de Estado de Educação, Permínio Filho, para realizar um balanço do primeiro ano de gestão e definir estratégias para 2016. Apesar do orçamento definido, a expectativa é de um aporte de mais R$ 20 milhões para a pasta até o meio do ano.

Conforme o secretário, além de construções e melhorias nas infraestruturas das escolas, o Estado também vai aumentar investimentos nos planos de ensino e gestão. Para isso deverá firmar parcerias com instituições de ensino reconhecidas que atuarão em diversas frentes de trabalho. “Traremos alguns parceiros que ajudarão as mudanças. Quando tratarmos de gestão com foco em resultados termos a Fundação Vicente Falconi, que nos trará modelos já experimentados e com resultados positivos em diversos estados. Traremos também o Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed) da Universidade de Federal de Juiz de Fora (MG), para criarmos um programa próprio de avaliação institucional, não podemos esperar avaliações externas que acontecem a cada dois anos façam um diagnostico, precisamos avaliar em tempo real para corrigir as deficiências do ensino”.

Atualmente, o estado conta com 35 escolas em construção, sendo que 10 serão entregues para o início do ano letivo de 2016.