Sinop
Área do Exército será arrendada para agricultura
Depois de 5 anos do lançamento da pedra fundamental, imóvel continua sem uso
Geral | 14 de Junho de 2019 as 17h 39min
Fonte: Jamerson Miléski
A área doada para o Exército Brasileiro em 2013 para implantação de um Batalhão de Infantaria Motorizada, em Sinop, enfim terá um uso. Depois de 6 anos, o Comando da 13ª Brigada, de Cuiabá, decidiu arrendar o imóvel para agricultura. Ao invés de soldados, o bairro Alto da Glória vai ter soja.
A decisão de arrendar a área de 136 hectares localizada à margem da BR-163, em Sinop, tornou-se pública ontem, quinta-feira (13), com a publicação da licitação 01/2018, lançada pela unidade do Exército de Cuiabá.
Os interessados em plantar na área do Exército em Sinop deverão apresentar suas propostas até as 10h do dia 25 de julho, na seção de Aquisições, Licitações e Contratos do Comando, em Cuiabá.
Não há muitas informações sobre os valores e o formato da licitação. Isso porque o Exército não disponibilizou o documento on-line. É preciso retirar o edital no quartel, em Cuiabá. Na publicação, são listados um telefone e um e-mail. O GC Notícias entrou em contato através de ambos, mas não obteve resposta.
Exército que não anda
A área do antigo IBC (Instituto Brasileiro do Café), localizada no Alto da Glória, foi doada para o Exército Nacional em 2013. Em março de 2014, o Exército Nacional realizou uma solenidade para lançar a pedra fundamental do Batalhão que seria erguido na cidade de Sinop. Somente 4 meses depois, em julho de 2014, o 3º Grupamento de Engenharia, com sede em Campo Grande (MS), contratou a empresa para fazer o projeto do Batalhão de Sinop. A vencedora da licitação foi a F&F Construções e Projetos Ltda-ME, contratada por R$ 1.085.575,96 para fazer todo o projeto de engenharia necessário à implantação da unidade do Exército em Sinop. O prazo para execução era agosto de 2015.
Em setembro de 2016 o comando do Exército de Campo Grande prorrogou o prazo e aumentou o valor do contrato em R$ 59,6 mil. A empresa tinha até o dia 21 de novembro de 2016 para entregar o projeto final da unidade do Exército em Sinop, o que não ocorreu.
Em dezembro de 2016, 3º Grupamento de Engenharia do Exército voltou a publicar um novo aditivo ao contrato, prorrogando o prazo. O Extrato de Termo Aditivo Nº 3/2016 (UASG 160141), estendia para dia 20 de janeiro de 2017 o prazo para a empresa concluir e entregar o projeto.
No mesmo dia, o Grupamento publicou um segundo contrato para elaboração do projeto do Batalhão de Infantaria Mecanizado de Sinop – bem mais modesto que o original – feito a partir da tomada de preço 4/2016. A empresa contratada foi a D Sorares Empreendimentos e Construções (CNPJ: 20051915000133), do Estado de Minas Gerais, especializada em perfurações e sondagens. Na minuta do contrato, o Exército explica que a empresa fará “Serviços de elaboração de estudos e projetos de Engenharia para construção da infraestrutura do Batalhão de Infantaria em Sinop”. O valor do contrato é R$ 92.747,93 e a vigência entre 18 de novembro de 2016 e 16 de maio de 2017.
Não há qualquer informação sobre a conclusão desses projetos.
O batalhão de Sinop
Batizado de 58º Batalhão de Infantaria Mecanizado, o grupamento de Sinop está projetado para 800 homens. Sua estrutura segue o padrão de renovação do Exército que está sendo implantado em Cascavel (PR), com unidades mais modernas de Infantaria, que tem como principal arma os novos carros de guerra brasileiros, os blindados anfíbios Guaranis.
O projeto previa a construção em 22,6 hectares. Outros 50 hectares receberiam paisagismo. Seriam 11 pavilhões, 5 pavilhões do tipo garagem, dois estandes de tiro, 4 paióis, 7 quadras esportivas, 3 pistas de treinamento (atletismos, cordas e circuito), campo de futebol, piscina semiolímpica, ginásio, estação de rádio, heliponto com posto de abastecimento entre outras estruturas como setor administrativo, almoxarifado, estacionamento e posto de lavagem/abastecimento de veículos.
Nas estimativas iniciais, o valor necessário para instalar o quartel de Sinop era de R$ 70 milhões – cifra que não inclui equipamentos, materiais bélicos e transferência de militares.
Não existe uma fonte orçamentária ou um programa federal, que destine esse recurso.
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