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A solução para se livrar da conta de energia
Sistemas de energia solar capazes de abastecer residências já estão disponíveis em Sinop
Geral | 29 de Junho de 2015 as 11h 51min
Fonte: Jamerson Miléski
Imagine nunca mais precisar se preocupar com aquela fatura da Energisa que chega todo final do mês? Algumas pessoas já estão experimentando essa sensação em Sinop.
Sistemas que captam a radiação solar e convertem em energia elétrica, com autonomia suficiente para abastecer completamente uma residência ou comércio, já podem ser encontrados em Sinop. Eficientes, de fácil instalação, relativamente compactos e muito duráveis, os sistemas de produção de energia solar são uma alternativa para quem deseja se livrar da dependência das concessionárias de energia e das tarifas estipuladas pelo governo.
O sistema é composto por painéis solares e baterias, além de equipamentos para estabilizar e inverter as cargas. É o que explica o técnico em eletrônica, Flagno Machado, da FCell, uma das empresas que atua no ramo em Sinop. Segundo ele, as soluções apresentadas pela energia solar são mais aplicadas na região em fazendas e locais onde há a dificuldade de ligação com a rede elétrica fornecida pela concessionária. No entanto, os mesmos sistemas são plenamente aplicáveis em residências e comércios.
Flagno fez uma simulação do que seria necessário para converter uma residência que está ligada na Rede Energisa, em 100% abastecida por energia solar, sem alterar em nada o consumo dessa família. Tomamos como referência um consumo mensal de 210 kW/h por mês, que segundo a Energisa é o consumo médio das residências em Mato Grosso.
O sistema começa pelo teto. Painéis de captação solar, feitos de silício, tem capacidade de gerar até 220 watts por hora. Cada um desses painéis mede 160 cm por 99 cm. “Na nossa região contamos com 8 horas de incidência solar em média por dia. Isso significa que um painel desses produz 1,7 kW por dia”, explica Flagno.
Ao longo de um mês um painel dessa dimensão produz 55,8 kW. Para chegar ao consumo médio de 210 Kw/h seria preciso ligar 4 painéis em série. Ou seja, seria preciso um telhado com 6,4 metros por 4 metros, algo extremamente fácil.
Durante o dia os painéis carregam as baterias. O excedente da carga abastece normalmente a residência, mantendo em funcionamento os aparelhos domésticos.
Flagno explica que para o sistema funcionar perfeitamente são utilizadas baterias estacionárias, que diferente das convencionais, utilizadas em veículos, suportaram perder até 80% da carga. “São baterias mais caras que as convencionais, mas que contam com uma vida útil de 15 anos”, ressalta o técnico.
Nessa simulação seriam necessárias 4 baterias de 220 amperes. Cada uma pesa cerca de 60kg. São a parte pesada do sistema. Para garantir a estabilidade da carga gerada e permitir o uso da energia enquanto as baterias são recarregadas, é instalado um controlador de carga – um equipamento similar ao alternador de um carro. “As baterias suportam tranquilamente o abastecimento durante o período que não está incidindo o sol nos painéis”, comenta o técnico.
O último equipamento necessário são os inversores de carga, que transformam a corrente continua das baterias (12Volts) em corrente alternada (110 watts). Existem de diferentes potências. Flagno sugere, para esse sistema, a instalação de dois inversores, um para cada par de baterias, com 5.000 W de potência.
Essa carga 100% solar, sustentável ecologicamente correta e gratuita é ligada na rede elétrica da casa. O técnico sugere a instalação de uma chave comutadora, que permite ao usuário alternar entre a energia solar e a convencional, vinda da rede, apenas acionando o equipamento que pode ser instalado junto ao quadro de disjuntores da casa.
Com isso é possível dar adeus à fatura de energia. A energia solar pode ser de graça, mas o sistema não é exatamente barato. Como a maioria dos equipamentos são importados, com pesados impostos, o custo acaba desmotivando quem pensa em converter sua casa ou comércio em 100% solar.
Segundo Flagno, esse sistema simulado custaria, apenas com os equipamentos, cerca de R$ 18 mil. O painel solar nem é a parte mais cara. Os inversores custariam cerca de R$ 7 mil e as baterias R$ 5,4 mil. Ainda tem o custo de instalação, que via de regra varia entre 20% a 30% do valor do equipamento, conforme cada projeto.
Ou seja, deixar a casa livre da Energisa custaria cerca de R$ 23 mil. Ainda assim compensa. Segundo Flagno, esse sistema opera livremente por 15 anos, tempo de vida útil das baterias. Os painéis tem autonomia para 25 anos e a manutenção é apenas limpeza. Ou seja, um pano úmido sobre a placa de vidros. Diluído ao longo do tempo, o sistema teria um custo mensal de R$ 127,77. Hoje, 210 kW/h mês contratados pela rede Energisa custam R$ 164,00. E vale lembrar que essa energia é sujeita a reajustes. Passados os 15 anos o usuário de energia solar só terá que trocar as baterias para funcionar por mais 10 anos.
Flagno explica que é possível instalar sistemas mais simples, com menos baterias, para operar apenas durante o dia ou para um determinado equipamento, como por exemplo um ar condicionado de um escritório. “Em Mato Grosso a concessionária de energia ainda não conta com o sistema de medidores inteligentes, que permitiria jogar a energia solar produzida na rede elétrica da empresa, gerando créditos para o consumidor. Isso deve acontecer em breve. Esses sistemas seriam bem mais baratos e causariam um impacto na redução da conta de energia”, ressalta o técnico.
Esse sistema, chamado grid tie já é realidade em algumas cidades brasileiras e deve chegar nos próximos anos no Mato Grosso. Quem investe em energia solar pode, dentro de poucos anos, estar fornecendo energia elétrica para Energisa e recebendo créditos por isso.
Energia sem fio
Embora os sistemas de energia solar instalados pela FCell tenha autonomia para converter o abastecimento de uma residência ou comércio, a maior aplicação é justamente onde os fios da rede Energisa não chegam. A empresa oferece a energia solar como solução para fazendas e propriedades rurais. Painéis solares são utilizados para ligar repetidores de sinal de internet e celular, rádios amadores, cercas elétricas, bombas de água e demais equipamentos elétricos que precisam ser instalados em locais mais distantes. O sistema funciona da mesma forma e permite que esses equipamentos remotos funcionem continuamente por anos. E nesse caso, a energia solar sai muito mais barato do que puxar os cabos da rede de energia até o equipamento.
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