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Acusado de tráfico chora e oferece R$ 500 mil a delegado

Geral | 10 de Abril de 2015 as 08h 57min
Fonte: Mídia News

| Foto/Vídeo: Assessoria

Um vídeo feito pelo delegado da Polícia Civil de Canarana (823 km a Nordeste de Cuiabá), João Biffe Júnior, mostra o exato momento em que José Silvan de Melo, de 41 anos, acusado de tráfico de drogas, tenta suborná-lo com R$ 500 mil para não ser preso, após ter sido pego em flagrante com R$ 3,2 milhões escondidos na carroceria de seu carro.

O dinheiro, cuja origem não foi comprovada, foi apreendido no último domingo (5). Melo, que é conhecido pela alcunha de “Abençoado”, já é investigado pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) de Recife (PE), por tráfico internacional de drogas.

Ao ser detido, ele teria conversado com os investigadores e oferecido propina a eles. Depois, na delegacia, ele ofereceu R$ 500 mil a Biffe, para que o caso fosse “esquecido” e ele não mais retornasse à prisão – ele já havia sido preso em Recife em 2014, com R$ 940 mil, dos quais ofereceu R$ 200 mil para não ser preso.

No vídeo, Melo pede para que o delegado o “ajude”, porque ele não queria mais ser preso e afirma ter oferecido R$ 500 mil aos policiais responsáveis por conduzi-lo até a delegacia.

 

Confira o trecho da conversa:

Delegado – Tu ofereceu quanto?

Melo – Uns R$ 500 mil

Delegado – R$ 500 mil para os três?

Melo – É.. o senhor vê aí, né, se dá.

Delegado – Então, R$ 500 mil tu “tá” disposto a pagar?

Melo – Pago, pago.

Delegado – José, vou te falar uma coisa: você percebeu que não adiantava muito oferecer. Quando você foi preso no Recife, você lembra o que você fez? Lá, você ofereceu R$ 200 mil aos policiais. Aqui o senhor está me oferecendo meio milhão. Então, você está preso por corrupção ativa e lavagem de capitais.

 

Flagrante

O dinheiro, segundo a Polícia Civil, foi encontrado em três sacos escondidos na carroceria da caminhonete Hilux, dirigida por José Silvan Melo, embaixo de esterco, cerâmicas, madeiras e alimentos.

No vídeo, o delegado afirma querer saber a origem do dinheiro, uma vez que o suspeito teria repetido, reiteradas vezes, ser um “cidadão de bem, que possui direitos”.

“Que evangélico, cidadão honesto, vem transportando R$ 3,2 milhões na caçamba da caminhonete? Você não está sendo honesto comigo desde o momento em que a gente te abordou. Todo melindrado, todo cheio de direitos. Ficou dizendo que está sendo perseguido pela Polícia, que tinha farinha, bacalhau, castanha e capim na carroceria da sua caminhonete. Aí, quando eu tiro a carga da sua caminhonete, eu encontro R$ 3,2 milhões”, afirmou o delegado.

Por não apresentar qualquer documentação da origem do dinheiro, Melo teve o valor apreendido e depositado em uma conta da Justiça, vinculada ao auto de prisão em flagrante.

O vídeo que comprova a tentativa de suborno, por sua vez, será juntado ao inquérito policial.

 

Investigação

Há meses, o acusado era monitorado pela Polícia Civil, por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.

Durante as investigações, os policiais contataram que era de costume José Silvan chegar em Canarana, geralmente, no final da tarde, permanecendo hospedado no Hotel Tangará até o anoitecer, quando então deixava a cidade.

No domingo (5), a Polícia Civil recebeu informação de que ele estava novamente na cidade. Em diligências, a Polícia o localizou nas imediações do hotel, conduzindo a Toyota Hilux ano e modelo 2015.

O delegado João Biffe pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito, e solicitou sua transferência para a Penitenciária Central do Estado (PCE), devido a alta periculosidade do preso, com provável envolvimento em assaltos a banco e tráfico internacional de drogas.

O delegado informou que irá oficializar o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) e a Receita Federal, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro.

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) também será notificado para informações de registro de compra e venda de gado.

Confira aqui o trecho do vídeo em que José Silvan Melo oferece R$ 500 mil ao delegado de Canarana, João Biffe Júnior: