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Sinop

Aeroporto está na prancheta dos Americanos

Sinop é um dos 6 aeroportos que passarão pela análise do Governo dos Estados Unidos

Geral | 09 de Dezembro de 2015 as 17h 53min
Fonte: Jamerson Miléski/Revista Notícia

A parceria firmada entre o ITA (Estudo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica), e o Governo dos Estados Unidos, em agosto de 2015, irá promover a análise da infraestrutura e capacidade de 6 aeroportos no país. Sinop está nessa lista. As estruturas aeroportuárias passarão por um apurado estudo que irá resultar em uma metodologia para projeção de investimentos e expansão da logística aérea brasileira.

O projeto chama-se “Análise e Cálculo de Capacidade dos Aeroportos Brasileiros”. Ele será coordenado pela equipe da Agência de Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos (USTDA, na sigla em inglês). Desde agosto os pesquisadores estão visitando as instalações para aferir a capacidade de 6 terminais brasileiros: Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), Marechal Rondon, em Cuiabá (MT), Presidente João Figueiredo, em Sinop (MT), Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador (BA), Leite Lopes, em Ribeirão Preto (SP) e Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ). Os terminais foram escolhidos como base na representação diversa das estruturas aeroportuárias brasileiras.

O levantamento começou no aeroporto de Porto Alegre. A previsão do grupo de trabalho é fazer a visita in-loco em Sinop no mês de dezembro. Dessa forma o grupo terá condição de analisar o fluxo de passageiros no pico de movimentação do aeroporto. Junto com o grupo de americanos estão ex-alunos do ITA. A Secretaria de Aviação Civil participa como facilitadora do projeto.

A equipe observará a operação de cada aeroporto durante 5 horas. Ações nos balcões de check-in, distância entre o saguão e a aeronave, instalações e equipamentos serão analisados. O grupo também irá conversar com funcionários dos terminais e das companhias aéreas para conhecer os problemas no dia a dia e ter feedback do trabalho do staff.

Segundo o coordenador do Departamento de Gestão Aeroportuária da Secretaria de Aviação Civil, Guilherme Afonso, o objetivo da parceria é gerar dados brasileiros. “O grupo fará um estudo de capacidade dos aeroportos, desde os pequenos até grandes e internacionais. Esperamos obter com trabalho uma metodologia de cálculo de capacidade dos aeroportos. Hoje, não temos bem estabelecida no Brasil essa metodologia para pátio e terminal. Temos para cálculo de capacidade de pista, uma responsabilidade do Decea. A SAC tem muito interesse no projeto”, disse o representante da Secretaria.

A expectativa é que ao analisar os diferentes modelos de estrutura onde opera a aviação nacional os especialistas consigam promover reflexões sobre como é feito o planejamento aeroportuário no Brasil. “O grande foco é, no final das contas, estabelecer uma metodologia que entregue um nível de serviço satisfatório ao passageiro, que ele seja bem atendido”, define Guilherme Afonso.

Ao final dos trabalhos, será realizado um workshop com o setor de aviação civil para analisar os resultados e ver como as práticas internacionais se adaptam à regulação brasileira, seguindo os padrões exigidos pela Secretaria e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Para aprimorar os resultados, será utilizada a ferramenta Cast, que faz simulações de eventos, e que analisa a capacidade de vários aeroportos do mundo, como o de Heathrow, em Londres, Inglaterra. O software tem capacidade de projetar causas e efeitos de qualquer intervenção na estrutura (ou a falta dela).

Ao final do processo o grupo apresentará um resumo das visitas, um inventário das instalações dos seis aeroportos e um estudo final com detalhes sobre a capacidade deles. Dados preciosos para uma cidade que almeja hospedar um aeroporto de porte internacional.

 

Fila preferencial

A ordem é do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. O Programa de Aviação Regional que investirá R$ 7,2 bilhões na reestruturação de aeroportos começará pela Amazônia. “A região carece da aviação mais que qualquer outra do Brasil”, afirmou o ministro. As licitações dos primeiros aeroportos devem ser lançadas ainda em 2015. “O plano piloto do programa será na Amazônia”, disse Padilha.

São 80 aeroportos contemplados pelo programa dentro da Amazônia Legal, sendo 13 em Mato Grosso – incluindo Sinop. O ministro informou que o principal critério é o isolamento do município. Os estados da Amazônia Legal também terão prioridade em relação aos subsídios que o governo federal vai oferecer às companhias aéreas para beneficiar os passageiros.

Sinop, embora não seja isolada, atende aos requisitos de prioridade estipulados pelo ministro. Além de ser parte integrante da Amazônia, o aeroporto é o único com aviação comercial em um raio de 200km – norma exigida. O município não possui o problema de baixa lotação dos vôos, ou seja, deve dispensar os subsídios. Outro fator preponderante é que Sinop fez a lição de casa.

O projeto do governo federal conduzido pela SAC é dividido em 5 etapas: Estudo de Viabilidade Técnica, Estudo Preliminar, Licenciamento ambiental/anteprojeto, Licitação e Obras. Cada aeroporto precisa cumprir cada uma das etapas para dar prosseguimento ao seu projeto.

Nesse momento, os municípios com os projetos mais adiantados estão na fase de elaboração do anteprojeto. Nessa lista estão apenas as cidades que já obtiveram os licenciamentos ambientais. Dos 270 aeroportos contemplados, 88 estão nessa fase. Dentro dos 8 estados que compreendem a Amazônia, no entanto, dos 80 apenas 27 estão na etapa de elaboração do projeto – 9 em Mato Grosso. Sinop é um deles. Dentro da Região Norte do Estado, apenas Alta Floresta atingiu esta fase até novembro de 2015.

As projeções são de que, no mais tardar, as obras iniciem em julho de 2016. O projeto dimensionado para a reestruturação do aeroporto de Sinop está estimado entre R$ 88 milhões e R$ 108 milhões. Esses são os valores mínimos e máximos, que serão definidos no anteprojeto, que embasará a licitação. Toda a execução das obras, desde a contratação até a entrega da nova estrutura com a “chave na porta”, foi delegada ao Banco do Brasil – o que deve resultar em celeridade na implantação.

O projeto contempla a ampliação da pista, investimento nos equipamentos para orientação do pouso, instrumentalização e um terminal de passageiros com mais de 4 mil metros quadrados. A pista será ampliada, passando dos atuais 30 metros de largura para 45 e de 1.627 metros para 2,5 mil metros de comprimento. Com a nova estrutura o aeroporto terá condições de operar com pousos e decolagens de Boeing 747. Pelo projeto, constam ainda melhorias no setor de combate a incêndio, instalação de sinalização e balizamento, torre de controle, equipamento de navegação e um terminal para operação de cargas e desembaraço aduaneiro.

Com o investimento do governo federal Sinop terá uma estrutura aeroportuária capaz de comportar o aumento do fluxo de passageiros para os próximos 15 anos. Mas a “chave na porta” só deve ser entregue em dezembro de 2018. E Sinop não tem condições de esperar até lá.