Agricultura mato-grossense deve faturar menos em 2013

Renda deve ficar próxima de R$ 41 bilhões, segundo governo.

Soja, algodão e cacau devem registrar desempenho menor neste ano. Se as previsões para o setor agropecuário em Mato Grosso se cumprirem, a agricultura deve fechar o ano faturando menos. A renda bruta da atividade deve ficar próxima dos R$ 41 bilhões (R$ 40,9 bi), ou R$ 700 mil a menos que o volume financeiro do último ano, de R$ 41,6 bilhões.

Os números fazem referência ao chamado Valor Bruto de Produção (VBP), que representa os ganhos brutos a serem obtidos com as atividades do campo e são elaborados a partir das estimativas do quanto cada cultura deve produzir e do preço médio de cada. Por outro lado, não reflete em sua totalidade o montante financeiro que permanecerá nas mãos dos produtores rurais. Responsável pela estatística, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) diz que dentre todas as culturas avaliadas, apenas a soja (-8,5%), o algodão (-7,5%) e o cacau (-7%), devem fechar o ano com menor rendimento bruto.

A soja se mantém na posição de destaque com a maior renda agrícola, totalizando R$ 21,5 bilhões. Por outro lado, o resultado deve permanecer abaixo dos R$ 23,5 bilhões de 2012. Produto número um da agricultura regional, a produção desta cultura neste ano superou a marca das 23,6 milhões de toneladas, um recorde anual. saiba mais Agropecuária deve gerar R$ 52,1 bilhões de renda em 2013 em MT Valor bruto da produção agropecuária deverá somar R$ 417 bilhões “Os custos aumentaram e o valor de venda da soja reduziu. O produtor pode produzir mais, mas se está vendendo a um preço menor gerará menos riqueza”, avalia Maria Amélia Tirloni, gerente da Comissão de Crédito, Comercialização e Renda da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MT).

Para o algodão projeta-se um faturamento bruto de R$ 7,6 bilhões, inferior aos R$ 8,2 bilhões do ano anterior. A produção da pluma na edição 2012/13 no estado passou para 687 mil toneladas em uma área próxima de 454 mil hectares, mas inferior àquela de 2011/12, quando foram 722,6 mil hectares. "Se a área de plantio foi menor, é natural que o volume da produção de pluma e dos insumos envolvidos nessa produção sejam menores e, com isso, temos um VBP menor", avalia Décio Tocantins, diretor-executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

Quem vai ganhar? Ao todo, doze produtos foram avaliados pelo governo no quesito Valor Bruto de Produção. Dez deles podem fechar o ano com rendimentos maiores. De acordo com o governo, entre os que podem ganhar estão o amendoim (+13,7%), a banana (+25,6%), o café (+19,7%), a cana-de-açúcar (+9%), o feijão (17,6%), a laranja (+100%), a mandioca (+1,16%), o milho (+21,2%) e o tomate (+81%). Apenas de milho produtores mato-grossenses comemoraram neste ano uma supersafra acima de 22 milhões de toneladas. Este resultado ajudou a manter o VBP da cultura positiva, em um momento em que os preços acumulam forte desvalorização. “Se a produção não tivesse sido alta, o resultado seria pior.