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Sinop

Colégio católico se mobiliza para paralisar obra da nova rodoviária

Cerca de 5 mil assinaturas foram recolhidas para que a rodoviária não seja na vizinhança da Escola

Geral | 29 de Junho de 2017 as 11h 53min
Fonte: Jamerson Miléski

Representantes do Colégio fazem a entrega do abaixo assinado na Câmara |

 

Um abaixo assinado, rubricado por aproximadamente 5 mil pessoas, pede a imediata paralisação do projeto de implantação do novo terminal rodoviário de Sinop. O documento foi encaminhado para Câmara de vereadores na última segunda-feira (26), com cópia para a prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PR). O abaixo assinado é resultado de uma mobilização deflagrada pela comunidade escolar do Colégio Regina Pacis, uma instituição de ensino privada, de raiz católica, estabelecida no município desde o ano de 1997. A área destinada à construção da nova rodoviária fica na quadra vizinha da sede do Colégio, reparada pela Avenida dos Jacarandás.

O documento assinado por 5 mil pessoas reivindica a paralisação imediata do projeto de instalação do novo terminal rodoviário. O argumento é que tal obra impactará de maneira negativa o seu entorno, composto por um bairro residencial de grande volume populacional, com escolas, empresas e moradias. O documento frisa que a população atingida sequer foi consultada a respeito.

Diego Gutierrez de Melo, representante do Colégio Regina Pacis que fez a entrega do abaixo assinado para a Câmara, ressaltou que a preocupação principal é com os efeitos que esse tipo de estrutura pode provocar na comunidade escolar. “Uma rodoviária vai trazer um público que talvez não seja de boa convivência. Temos preocupação com a segurança dos alunos, até porque historicamente há bastante casos nesse sentido”, justifica.

Melo pontua ainda que a comunidade do entorno da futura rodoviária não teve acesso ao estudo de impacto de vizinhança do empreendimento. O impacto de vizinhança é um documento técnico que deve preceder a instalação de estruturas urbanas de grande porte, medindo e avaliando as consequências dessa intervenção, bem como apontar as formas de mitigar os impactos. “Solicitamos por duas vezes essa documentação para a prefeitura de Sinop e não fomos respondidos. Sem o estudo de impacto de vizinhança não podemos nem dizer se o empreendimento naquele local é viável ou não”, ressalta o representante do colégio.

Tal documentação também foi solicitada, através de requerimento, pelo vereador Luciano Chitolina (PSDB), que também não obteve resposta. “Recebi alguns documentos sobre a rodoviária, mas não o estudo de impacto de vizinhança”, declarou o vereador. “Não sou contra Sinop ter uma rodoviária. Aliás, acho necessário que faça. O que precisamos responder é se esse local é o melhor para este tipo de empreendimento”, completou.

A escolha de um novo local também foi debatida pelo representante do Colégio. Conforme Melo, o grupo que pede a paralisação das obras da rodoviária na quadra vizinha entrou em contato com a Colonizadora Sinop, que disse estar disposta a oferecer uma área, a título de permuta, para a instalação do novo terminal. “Eles disseram que tem terrenos disponíveis no lado de lá [leste] da BR-163, nos fundos do Atacadão e também do Corpo de Bombeiros, que poderiam atender esse projeto. São imóveis próximos a rodovia, o que evitaria a entrada desse trânsito pesado no centro da cidade”, explicou Melo.

O presidente da Câmara, Ademir Bortolli (PMDB), se comprometeu em levar o pleito da comunidade escolar até a prefeita e promover uma discussão com a sociedade.

A área escolhida para abrigar a nova rodoviária de Sinop tem 34,5 mil metros quadrados. Está localizada no cruzamento das Avenidas Jacarandás com Palmeiras, a menos de 100 metros da BR-163. O imóvel, composto por duas quadras, foi unificado no ano de 2013, já com a proposta de receber o terminal. A elaboração do projeto para essa estrutura também tem mais de 3 anos. Em maio de 2016, no entanto, a prefeitura lançou o processo de concessão pública para a construção do empreendimento. O resultado foi homologado em setembro de 2016.

O detentor da concessão, que terá duração de 25 anos, é o Consórcio Grupo JVF, composto pelas empresas Geoserv Serviços de Geotecnica e Construção Ltda; e El Shadai Participações e Empreendimento Imobiliários Ltda – ambas do Estado de Goiás.

O consórcio venceu a licitação apresentando o projeto para a construção de uma nova Rodoviária, projetando um investimento de R$ 18 milhões. O preço de referência fixado pela prefeitura era de R$ 13,1 milhões.

 

O novo terminal

A estrutura deverá conter área coberta mínima de 17,9 mil m², com a implantação de centro de serviços, centro de lazer, centro de compras, pavimentação, calçamento, jardinagem e arborização de seu entorno. A rodoviária deverá dispor de instalações para Administração, Manutenção, Exploração Comercial e da Gerência.

As maquetes do projeto apresentado pelo Grupo JVF revelam um terminal imponente, amplo e com vários elementos urbanísticos em seu entorno, como jardins, espelhos d’água e chafariz. Dentro dos 17,9 mil metros quadrados da Nova Rodoviária, 2 mil m² serão de salas comerciais internas diversificadas. A área de espera dos passageiros no embarque e desembarque deverá conter no mínimo 636 acentos. Esses pontos deverão contar com catracas para fazer o registro dos usuários – uma forma a mais de controlar a emissão e cobrança de tarifas. A rodoviária terá 12 plataformas, que são os espaços para parada dos ônibus e embarque/desembarque de passageiros.

O terminal deverá contar com banheiros masculinos e femininos, com 5 lavatórios, 10 vasos sanitários e 5 chuveiros cada – incluindo os adaptados para portadores de deficiência. O saguão trará lojas, quiosques e uma praça de alimentação.

Entre os serviços para os usuários, o terminal deverá ter uma cessão de achados e perdidos, um guarda volumes, um Posto da Assistência Social e um do Juizado da Infância/Conselho Tutelar, além de uma brigada de incêndio e um posto de polícia.

Na área externa, estacionamento, um ponto de acesso coberto para quem chega de carro e espaço para circulação.

A construção do terminal está autorizada desde setembro do ano passado, embora ainda não tenha iniciado. O grupo detentor da concessão tem 12 meses para executar a obra, prazo que já não parece mais ser viável.