Cravada a primeira estaca do Shopping Sinop

Obra física começa oficialmente com projeção de conclusão em abril de 2018

A primeira das mil estacas de concreto que formação a estrutura de fundação do Shopping Sinop foi cravada na tarde de ontem, quinta-feira (11), formalizando o início das obras físicas do empreendimento. A peça de concreto com 30 metros de comprimento foi martelada durante um pequeno ato público promovido pelo empreendedor e idealizador do Shopping, o empresário Roberto Martins. O prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), foi convidado para cravar os últimos metros da estaca no solo, mas acabou trabalhando pouco. Ao contrário do que se esperava, a estaca estacionou com 22,4 metros de profundidade. “Prometi para o prefeito que iria inaugurar o Shopping ainda na gestão dele, não vai ser possível, mas estou iniciando ainda no seu mandato. Por todo apoio que recebemos da prefeitura, nada mais justo que Juarez marcar sua participação cravando a primeira estaca”, explicou Roberto, que entregou uma placa em agradecimento ao prefeito.

A primeira previsão para conclusão do Shopping Sinop era setembro de 2016, cronograma que ficou inalcançável. Dois fatores principais retardaram o início das obras. O primeiro foi o imbróglio da documentação da área escolhida para a construção do empreendimento. O imóvel era objeto de discussão tributária entre a Colonizadora Sinop e a prefeitura, estando retido como garantia por impostos lançados (IPTU), cujos valores ainda são discutidos na Justiça.

O segundo fator que retardou o início das obras foi o solo. Segundo Roberto, os primeiros estudos de resistência feitos nos terreno apontavam a necessidade de uma estrutura de fundação que inviabilizaria a obra. Uma verdadeira investigação nas tecnologias de engenharia foi feita para chegar a solução que seria economicamente viável e segura para a edificação. A resposta foi um aterro de recalque. Foram despejadas sobre a área 145 mil metros cúbicos de terra e cascalho – aproximadamente 14,5 mil caminhões caçamba carregados, elevando o solo em 3 metros de altura. Todo o material foi compacto aproveitando a época de chuvas. “Era preciso esperar 6 meses para ver se o aterro iria se estabilizar e se poderíamos partir dessa plataforma para a construção. O aterro desceu apenas 30 centímetros e estabilizou. Tínhamos enfim um sistema construtivo viável para fazer o shopping”, revela Roberto.

Como toda a parte de documentos, licenças e projetos já está pronta, a obra tende a ter um ritmo rápido. Segundo o engenheiro responsável pela construção, Luiz Teixeira Pinto, até o final do ano 5% da obra será executada. Em setembro de 2017 a obra atinge os 92%. “Poderíamos correr para inaugurar ainda em 2017, mas isso daria pouco tempo para as lojas que estarão no shopping concluírem sua instalação. Abril de 2018 é a dada mais viável”, explicou Roberto.

Com os problemas resolvidos e a obra iniciada, o investidor já olha para o atraso do empreendimento com bons olhos. “A região está bem economicamente, mas o mesmo não acontece no restante do Brasil. Muitas lojas nacionais, que estarão no Shopping de Sinop, enfrentam dificuldades financeiras. Certamente se inaugurássemos o Shopping em 2016, parte delas adiaria sua instalação. Seria uma inauguração ‘triste’”, comenta Roberto.

O projeto do Shopping passa pela consultoria e avaliação de 30 escritórios de engenharia de São Paulo. Na obra hoje são 65 operários e na próxima semana serão 80. O pico das obras civis ocorre em 2017, quando 240 pessoas deverão trabalhar no canteiro. Com a montagem e instalação das obras, o Shopping deve gerar, em sua construção, pelo menos 500 postos de trabalho do início ao fim.

A presença de empresas de Sinop e região nesse empreendimento é um dos pontos de destaque. O aterro foi elaborado pela Transterra, empresa nascida em Sinop. A fundação e implantação das estacas é feita por duas empresas, uma de Sorriso e outra de Lucas do Rio Verde. A construtora Lindoia, de Sinop, será responsável pela fabricação e instalação dos artefatos de cimento – que formam a estrutura do shopping antes dos acabamentos. Apenas alguns serviços especializados, como ar condicionado, rede elétrica e cobertura termo-acústica ficaram com empresas de fora. “No início eu queria trazer o grupo de fornecedores e prestadores de serviço que já me acompanharam em outros shoppings. O Ênio [Pipino, diretor da Colonizadora Sinop], pediu para que eu olhasse as empresas da região. Eu vi e me surpreendi. Elas perdem um pouco no preço, em comparação com as outras do Sul e Sudeste, mas tem uma qualidade impecável nos serviços”, ressaltou o investidor.

Até abril de 2018, cerca de 18 mil metros cúbicos de concreto serão utilizados na obra do Shopping Sinop. É o suficiente para fazer um bloco de cimento, do tamanho do campo do Estádio Gigante do Norte, com 2,4 metros de altura.

E as lojas?

A estaca que o prefeito Juarez cravou fica exatamente onde será a loja da Renner, uma das 8 âncoras do Shopping de Sinop. O empreendimento ainda contará com 4 mega lojas e 113 lojas satélites. A ABL (Área Bruta Locavel) terá 22,4 mil metros quadrados, sendo que 900 metros quadrados são referente a praça de alimentação. São 16 lojas de fast food, dois restaurantes e um cinema. A área total construída é de 40 mil metros quadrados, o que fará do Shopping Sinop um dos mais amplos, em e espaço para as pessoas, do país.

Segundo Roberto, 51% da ABL já está comercializada. As principais lojas âncoras já estão fechadas e parte das satélites também. Boa parte das empresas que estarão dentro Shopping são de Sinop. Muitos comerciantes locais fizeram questão de estar no empreendimento.

O investidor ainda procura a parceria com um supermercado para a instalação de uma loja com alto padrão dentro do Shopping. Também há espaço para uma empresa no segmento de móveis e eletrodomésticos. “Com esse percentual de locação antes de iniciarmos as obras, o Shopping já está viabilizado. Agora a nossa preocupação é fazer uma obra que atenda toda a expectativa da população local. Não estou fazendo um Shopping para atender Sinop hoje. Meu projeto é para atender 20% do Estado de Mato Grosso e se manter moderno pelos próximos 30 anos”, declarou Roberto.

Cerca de R$ 165 milhões serão investidos do início ao fim da obra.