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Grampolândia Pantaneira

Defesa de Juarez e Ministério Público se posicionam após depoimento

À justiça, cabo da PM disse que operação contra ex-prefeito foi orquestrada pelo Gaeco

Geral | 18 de Julho de 2019 as 17h 28min
Fonte: Jamerson Miléski

Foto: GC Notícias

“Eu estava lá e continuou até a deflagração, com interceptação, contra o ex-prefeito de Sinop, Juarez Costa. Este mesmo modus operandi, de pegar decisão alheia à investigação e inserir dados, ela é demonstrada classicamente nesta investigação”.

Essas foram as palavras do cabo da Polícia Militar de Mato Grosso, Gerson Correia Júnior, em seu depoimento à Justiça Militar, concedido nesta quarta-feira (17). Gerson é réu confesso na ação que ficou conhecida como “Grampolândia Pantaneira” – que apura o caso de escutas telefônicas ilegais em opositores políticos, empresários e até em casos pessoais durante o governo Pedro Taques.

O depoimento de Gerson, que operava parte dessas escutas, continua repercutindo 24 horas depois. Na tarde dessa quinta-feira (18), os escritórios Flaviano Taques Advogados Associados e Coutinho e Polisel Advogados Associados, que fazem a defesa do deputado federal Juarez Costa (MDB), encaminharam para o GC Notícias uma nota se posicionando sobre o caso.

Em suma, os advogados informam que tomaram conhecimento do depoimento do cabo pela imprensa e que já solicitaram cópia do processo. A nota frisa que o testemunho do policial reforça as declarações dadas pelo ex-prefeito, “no sentido de que houve intencional tentativa de interferência no processo eleitoral pelos órgãos de investigação, assim como ocorreu na malsinada Grampolândia Pantaneira” – trecho da nota.

Os advogados de Juarez afirmam que vão buscar a anulação da Operação Sorrelfa – realizada em 15 de setembro de 2016, às vésperas da eleição municipal. “Como também extirpar da respectiva corporação os membros que participaram da obscura manobra de manipulação da vontade popular às vésperas das eleições”, relata a nota.

 

E o Ministério Público?

Também na tarde de hoje, o Ministério Público – órgão gestor do Gaeco - emitiu duas notas à imprensa se manifestando sobre as alegações feitas pelo cabo da PM. A segunda foi uma “errata” da primeira nota.

O texto é assinado pelo procurador geral de Justiça, José Borges Pereira. A nota começa com: “Ministério Público de Mato Grosso reafirma seu compromisso com a verdade, a transparência e a justiça”.

Segundo o procurador, sobre as “supostas irregularidades praticadas por membros do Gaeco”, o MP já tomou e continuará tomando as medidas legais cabíveis para a apuração das informações que estão vindo a público no bojo do referido processo criminal.

O Procurador-geral determinou a instauração de procedimento administrativo para averiguar se há procedência nas afirmações de um dos réus do referido processo de que teria havido desvio de finalidade na utilização de “verbas secretas” utilizadas pelo Gaeco em suas operações sigilosas de investigação contra o crime organizado.

Pereira também emitiu ontem dia 17, um despacho avulso interno para apurar o caso da placa de computador da marca “Wytron”, utilizada para realização de escutas telefônicas. O militar disse que o referido equipamento foi doado pelo Ministério Público à Polícia Militar.

“Oportuno dizer também que nos procedimentos investigatórios criminais em curso, e naqueles a serem instaurados, será realizada auditagem no sistema de escuta ‘Guardião’ utilizado pelo Gaeco”, declarou o procurador em nota.

Pereira frisou que o Ministério Público tem uma nova administração, “que vem tomando medidas com o propósito de fortalecer ainda mais o Gaeco e garantir, o quanto mais, a segurança dos seus atos investigatórios”.