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Feliz Natal

Depois de muito tempo, a malária volta a ser uma possível ameaça em Feliz Natal e região

Geral | 05 de Agosto de 2015 as 08h 53min
Fonte: Patrícia Pacheco

| Foto: Assessoria

E como da última vez, há sete anos, os seis casos de infecção que acabam de ser confirmados, não são de moradores do município, mas sim de funcionários do Ibama, do programa "Prev-Fogo", que vieram de Rondônia e estão acampados na margem direita do rio Tartaruga, junto ao Posto Fiscal – portanto, já em território de Feliz Natal. Esses casos já tinham sido tratados no Estado vizinho mas, como é comum, a Malária voltou a reincidir agora.

A Secretaria de Saúde informa que não há motivos para pânico mas é preciso que toda a população fique atenta aos sinais e sintomas dessa doença – que tem efeitos graves, principalmente se não for tratada rapidamente. O contágio não se dá entre pessoas, mas sim pela picada do mosquito – o "Anopheles". Ou seja, o mosquito pode picar alguém desses funcionários infectados e depois transmitir a doença picando outras pessoas e causando a infecção por meio de parasitas.

As autoridades sanitárias de Feliz Natal, sob o comando da Secretária de Saúde Cristina Rosa, já estão preparando uma espécie de "barreira epidemiológica", a partir do acompanhamento e coleta de sangue dos funcionários infectados do Ibama, eliminação dos eventuais focos de mosquitos junto ao rio Tartaruga com a fumigação de produtos químicos, e evitar a dispersão para as populações vizinhas – principalmente porque muito próximo ao local há um "Acampamento de Reforma Agrária", com pessoas dos municípios de Feliz Natal, Nova Ubiratan e Santa Carmem. Ou seja, essas pessoas acabam viajando e mantendo contatos com parentes e amigos em suas cidades de origem – aumentando o risco de eventuais transmissões. Toda a equipe de profissionais do setor de saúde esteve reunida ontem segunda (03), para discutir a questão da malária e outros políticas da área.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os principais sinais e sintomas da doença – para os quais a população e os profissionais de saúde devem estar bastante atentos: calafrios e tremores; sudorese intensa (transpiração e suor); palidez; odor forte; distúrbios na visão (que fica embaçada, turva); hipertermia (febre alta e com ocorrência sempre no mesmo período do dia e rigorosamente a cada 24 horas); inapetência (falta de apetite); hepatomegalia (inchaço, aumento do fígado); e em alguns casos também cervicalgia (dores na nuca, pescoço).

Em presença de apenas um ou de vários desses sintomas, a pessoa já deve procurar imediatamente o sistema de saúde – porque há medicamentos e tratamentos para controlar os principais efeitos da malária – quase todos à base de quinino, "como o sulfato, que está presente na simples água tônica", ressalta Espíndola. Os principais medicamentos são: plimaquina, cloroquina e mefloquina, cada um em dosagens diferentes e que devem ser prescritos apenas por médicos.

As principais prevenções à Malária devem ser naturalmente – em nosso caso – evitar contatos com a região afetada no rio Tartaruga e, se possível, também evitar maiores contatos junto ao Acampamento de Reforma Agrária – além de beiras de rios e lagoas, principalmente no início e no final do dia, além da colocação de telas nas casas e uso de repelentes e roupas que cubram ao máximo o corpo.

Há três tipos de Malária e na nossa região ocorre apenas a Vivax. As outras são a Falciparum e a Ovale – esta endêmica do Sul de Rondônia e Leste do Acre, Bolívia e Peru. Ainda estão sendo feitas as avaliações mais profundas para identificar se os casos dos funcionários do Ibama são de Vivax (daqui de nossa região) ou se da "Ovale", que somente ocorre nas regiões acima referidas.

Apenas como informação, a malária mata quase três milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das mais frequentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a Organização Mundial da Saúde, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.

Ressalte-se que Feliz Natal tem entre seus médicos o cubano Dr. Fernando Zerquera, do programa "Mais Médicos", do governo federal. E Cuba é um país com grande tradição e conhecimento no tratamento de Malária, uma vez que o país tem programas de controle e erradicação da doença em vários países africanos – além de produzir vários medicamentos para controle de larvas de mosquitos de vários gêneros, inclusive o Anopheles e o Aedes (que transmite a dengue).