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3ª Reunião Especial

Deputados ouvem testemunhas da CPI dos Frigoríficos em Sinop

Geral | 08 de Julho de 2016 as 09h 44min
Fonte: Assessoria

| Foto: Assessoria

Nesta quinta-feira (7), os deputados estaduais que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos realizaram a terceira reunião especial, no município-pólo de Sinop (500 quilômetros de Cuiabá), cinco das nove testemunhas convocadas prestaram depoimento.

O presidente do Sindicato dos Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas Martins foi o primeiro a depor como representante de Fátima Maria Martins Queiróz, convocada para esclarecer sobre a empresa Pantanal Indústria e Comércio de Carnes e que justificou ausência por motivos de saúde. A Pantanal foi uma das plantas fechadas em Matupá, logo após ser adquirida pelo grupo JBS.

“A capacidade de abate da Pantanal era de 500 cabeças dia, mas abatia de 60% a 65% disso e nunca operou no limite total no mês. Tínhamos cerca de 180 empregos diretos e pouco mais de 300 funcionários indiretos. Com o aumento no número de unidades frigoríficas, veio junto a dificuldade para manter o volume de abate e o custo fixo alto acabou impossibilitando a continuidade das operações da planta”, declarou Luiz Antônio, que não soube explicar o porquê da JBS comprar uma planta que operava com capacidade ociosa para depois desativar.

Luiz Antônio afirmou ainda que a indústria de carne teve um erro estratégico ao investir mais do que o rebanho de Mato Grosso. “A capacidade instalada de abate no estado é de 35 mil bois/dia. Mesmo com alguns frigoríficos fechados, tem capacidade de 24 mil cabeças dia, sendo que atualmente só são abatidas de 14 a 15 mil cabeças.  Isso implica numa capacidade ociosa alta e custo fixo também elevado para manter a planta aberta”, argumentou o presidente do Sindifrigo.

Na condição de depoente, o prefeito de Sinop, Juarez Costa, informou que no município apenas uma indústria frigorífica está na ativa, que é a Frigobom, com capacidade de abate é de 600 boi ao dia, mas são abatidos cerca de 400 bois/dia. “Hoje temos um rebanho de 47 mil cabeças. Em 2008, tivemos o fechamento de um frigorífico da Friboi e no ano passado a Vale Grande encerrou as operações. Agora, as atividades estão apenas na escala de desossa. Essa redução implicou em perda de 550 empregos diretos e em torno de 4,4 mil empregos indiretos, além da redução na arrecadação do município, com impacto em outros setores da economia”, informou o prefeito.

Para o presidente da CPI, deputado Ondanir Bortolini (PSD), Nininho, existem informações de que pecuaristas estão percorrendo até mil quilômetros para abater os animais da região. “Percorrer longos trajetos, além de impactar no preço do frete, compromete a carcaça dos animais. Os pecuaristas são os mais afetados nesse contexto, pois o preço da arroba do boi que era de 8% a 10 % a mais que em São Paulo, agora varia entre 15% a 20% a menos”, pontuou Nininho.

O terceiro depoente da tarde foi Pedro Luiz Bellicanta, representante das unidades frigoríficas Nortão e Vale Grande; também representando o seu pai, Milton Bellicanta, nas questões relacionadas a Vale Grande. Na oportunidade ele destacou que a Vale, atualmente, possui três plantas em MT: uma em Sinop, que desde 2015 só faz a desossa de carne; outra em Matupá, que está ativa no abate; e a terceira em Nova Canaã do Norte, atuando com abate e desossa.

“Além disso, temos uma planta em Rondônia que está fechada. Diante das dificuldades financeiras por conta, principalmente, da redução da capacidade da planta de Sinop, que arrendei em 2014 da minha própria família a partir da empresa Nortão. Hoje, a planta está paralisada e a unidade voltou a ser da Vale Grande”, explicou Bellicanta.

Os parlamentares seguem para Alta Floresta hoje sexta-feira a fim de dar continuidade às oitivas da CPI dos Frigoríficos.

Ainda participaram das oitivas em Sinop o deputado Pedro Satélite (PSD) e o relator da CPI dos Frigoríficos, deputado José Domingos Fraga (PSD).