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CPI dos Frigoríficos

Deputados tentam viabilizar reabertura dos frigoríficos

Em Sinop comissão colheu o depoimento de 5 das 8 testemunhas convocadas

Geral | 08 de Julho de 2016 as 11h 43min
Fonte: Redação

Nessa quinta-feira (7) os deputados que compõem a CPI dos Frigoríficos realizaram a primeira reunião da comissão, no município de Sinop. Ondanir Bortolini (PSD), Nininho, presidente da Comissão; José Domingos Fraga (PSD), relator da Comissão e Pedro Satélite (PSD) estiveram em Sinop e ouviram o depoimento de 5, das 8 testemunhas convocadas. “Queremos ano final dessa CPI estabelecer diretrizes e encaminhar o relatório ao Governo para que criemos políticas públicas voltadas que ofereçam segurança para essa cadeia produtiva tão importante para o nosso estado, como é a da carne”, afirmou José Domingos Fraga.

Com quase 5 horas de reunião, a penúltima testemunha ouvida foi o produtor rural Fernando Boreti Porcel. No seu depoimento, o pecuarista destacou que com o fechamento dos frigoríficos, muitos produtores tiveram que percorrer mais de 300 quilômetros para levar os animais para o abate. “Isso impacta diretamente no valor da arroba, pois ao percorrer grandes distâncias com o animal em pé, aumenta o risco de lesões, ainda mais com a malha viária ruim. Tudo isso diminui o preço do boi, o valor do frete é maior e todo esse prejuízo quem assume é o pecuarista. Com certeza, é necessária uma relação mais aberta entre as duas partes, o dono do frigorífico e o produtor”, apontou.

Já o representante da Rodopa Indústria e Comércio de Alimentos, Sergio Longo destacou que começou a trabalhar na Rodopa em 2010, como consultor, e em 2012 comprou 50% das ações da indústria. A planta de Sinop foi fechada em dezembro de 2008, e ele alegou desconhecer os motivos do fechamento. “A Rodopa pertence ao grupo Forte, comprei parte das ações a um preço irrisório de R$ 800 mil porque foi um bom investimento. Mas essa planta de Sinop apresenta problemas de estrutura e ambientais, por isso está fechada e a venda. Em fevereiro deste ano foi publicado edital anunciando o leilão e não apareceu nenhum interessado”, explicou Longo, que contou ainda que, ao comprar essa planta, a ideia era fazer um novo grande frigorífico que pudesse trabalhar a parte de exportação.

“Depois de adquirir a planta, tive problemas de saúde que me afastaram dos objetivos desse investimento porque não tinha tempo e nem saúde para ir adiante com os negócios. Ainda temos a planta em Canarana, que se encontra invadida e também tem que ser vendida, conforme o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, pontuou.

Longo ainda foi questionado se há algum relacionamento econômico, sociedade ou cruzamento de capital entre a Rodopa e a JBS. O empresário negou qualquer tentativa de venda das plantas em Mato Grosso para esse grupo, ao ratificar que nunca existiu esse interesse por nenhuma das partes. “Temos três plantas frigoríficas fora do estado de Mato Grosso que estão arrendadas para o grupo JBS. Ao fazer a proposta de arrendamento e por ser uma empresa com rendimentos acima de R$ 400 milhões, foi necessário adicionar uma cláusula de obrigatoriedade de manutenção de empregos”, explicou Longo.

Segundo ele, na época que adquiriu a planta em Sinop o mercado já estava piorando  - a partir de 2012 a 2013, mas a tese era de que a cada quatro anos o mercado se recicla, o que não aconteceu em Mato Grosso. Reafirma ainda que o rebanho bovino no estado diminuiu e a quantidade de plantas é superior a quantidade de bois ofertados. “Mas o que comprimiu o preço da arroba não foi a entrada das grandes empresas frigorificas, e sim a falta de renda do brasileiro. Quando não tem salário, a pessoa deixa de comer carne e vai para outra proteína,  como peixe e frango. Se não existe demanda, os frigoríficos não vão abater, porque se o mercado não compra eu não vou comprar boi e tudo isso retrai o crescimento do rebanho”,  argumentou Longo.

Ausências

O depoimento do prefeito de Matupá, Valter Mioto, previsto também em Sinop, não aconteceu. Ele justificou ausência devido a compromissos marcados anteriormente. A oitiva foi redesignada para o dia 23 de agosto de 2016, em Cuiabá. O representante da Vale Grande, Milton Bellincanta foi representado pelo seu filho Pedro Luiz Bellicanta, que responde pela empresa.

O produtor rural Wilson Antônio Martinelli informou que não estaria no município e terá a sua oitiva redesignada para data futura. Já o representante de Tatuibi Indústria de Alimentos, Lúcio Pinto Sampaio, informou que a empresa não atua mais no ramo de frigorífico há mais de oito anos, está aposentado e trabalha hoje no ramo atacadista de papelão. Ele pediu para ser dispensado como testemunha.