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Desigualdade

Desemprego é maior entre as mulheres e chega a 13,8% no fim de 2016

No último trimestre do ano passado, o índice médio de desocupação havia chegado a 12% no Brasil

Geral | 08 de Março de 2017 as 13h 58min
Fonte: G1

A psicóloga Nayara Paula, que há seis meses busca trabalho em São Paulo | (Foto: Arquivo pessoal)

Nayara Paula, 24 anos, faz parte do grupo de quase 13 milhões de desempregados no país. Formada em psicologia, com estudo de sobra e uma prova de mestrado nos planos, a mineira está há seis meses em São Paulo e, sem conseguir um emprego fixo para se manter, passou a oferecer serviços de limpeza e de babá nas redes sociais.

A dificuldade de inserção no mercado de trabalho, cada vez mais restrito e exigente, não é uma realidade só para Nayara, nem para os outros milhões de brasileiros que, com o agravamento da crise na economia, engordaram a fila de desempregados.

No entanto, para mulheres, a entrada ou a recolocação no mercado de trabalho tende a ser ainda mais custosa. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a taxa de desocupação entre as mulheres com mais de 14 anos continua acima do índice geral, que inclui os dois gêneros.

No primeiro trimestre de 2012, quando a pesquisa do IBGE começou a ser feita, o índice de desemprego era de 7,9% no país. Para homens, a taxa era de 6,2% e, para mulheres, de 10,3%. Com o passar dos anos, as diferenças, timidamente, foram diminuindo, mas seguem altas. No último trimestre do ano passado, de acordo com os dados mais recentes, o índice de desocupação havia chegado a 12% no Brasil. Para os homens, era de 10,7% e para as mulheres, de 13,8%.

Condição desigual

O debate sobre desigualdade no mercado de trabalho ganha força nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher.

O nível da ocupação (que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) na análise entre gêneros também é distinta e menos favorável às mulheres. Em 2012, o percentual era de 56,3% no país – o número relativo aos homens era de 68,5% e o de mulheres, 45,2%. Quatro anos depois, o nível de ocupação havia recuado para 54%, sendo 64,3% entre homens e 44,5%, entre mulheres.

“As mulheres têm mais dificuldades do que os homens. Numa firma pequena [em plena crise], imagine um homem e uma mulher [funcionários]. Imagine que essa mulher tem 24 anos e o homem, 28. Ela pode engravidar, terá de ficar de licença, outro funcionário ser contratado... Para não ter esse ‘custo’, a empresa acaba preferindo contratar um homem”, afirmou Azeredo.

A recessão na qual o país mergulhou também contribui para que mais mulheres ficassem fora do mercado ou que recorressem a outras ocupações.

“Tanto a taxa de participação masculina quanto feminina piorou. Mas o que observo é que no início da crise, a partir de 2014, a desocupação estava mais focada em setores masculinos, como indústria e construção. Mais recentemente, tem havido um movimento em setores mais característicos entre mulheres, como comércio e serviços”, disse Ana Luiza Neves de Holanda Barbosa, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).