Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa tarde, Sexta Feira 19 de Abril de 2024

Menu

Exploração humana

Em MT, 49 inquéritos apuram casos de trabalho análogo à escravidão

Ao todo, no Brasil tramitam 459 inquéritos e termos circunstanciados.

Geral | 30 de Janeiro de 2017 as 09h 09min
Fonte: G1 MT

Idoso de 72 anos morou 10 anos em barraco usado como galinheiro | (Foto: STRE-MT/Divulgação)

Em Mato Grosso, 49 inquéritos e termos circunstanciados que investigam casos de trabalho análogo à escravidão estão em andamento no estado, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Os dados são de um levantamento realizado pela Câmara Criminal do órgão. Ao todo, no Brasil, 459 inquéritos policiais e termos circunstanciados para apurar o crime tramitam na Polícia Federal.

De acordo com o levantamento, Mato Grosso é o terceiro estado com o maior número de ocorrências deste tipo no país. O estado de São Paulo, onde tramitam 70 inquéritos ou termos circunstanciados, é o campeão em investigações. Em segundo lugar aparece Minas Gerais, com 58 inquéritos.

Os inquéritos policiais, de acordo com o MPF, são de responsabilidade da Polícia Federal. Especificamente em Mato Grosso, tramitam 24 investigações deste tipo.

Resgates em Mato Grosso


De acordo com a SRTE-MT, em 2016 foram resgatados 40 trabalhadores em situação análoga à escravidão, em Mato Grosso. Os resgates resultaram de 13 ações fiscais do órgão, em todas as regiões do estado.

Segundo o órgãos, a maioria absoluta dos trabalhadores resgatados é do sexo masculino. Em 2016, apenas uma mulher foi resgatada.

Em janeiro, um idoso de 72 anos foi resgatado em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, após trabalhar 10 anos em troca de fumo e pinga. Neste período, ele morou em um galinheiro também usado como depósito de produtos agrícolas. A vítima trabalhava cerca de 12 horas por dia com uma breve pausa para o almoço.

Na propriedade, o idoso era responsável pela lida com o gado, ordenha e plantio de milho e mandioca. A vítima trabalhava cerca de 12 horas por dia com uma breve pausa para o almoço.

A exploração ficou evidente desde quando ele começou a trabalhar no local. Em depoimento o idoso relatou que, quando se mudou para a propriedade, havia combinado com os patrões que receberia R$ 6 por dia de trabalho. Nem mesmo esse acordo de receber muito abaixo do salário mínimo foi cumprido. Aos fiscais, ele disse que recebeu uma única vez o valor de R$ 60.