Estado de Greve
Em Sinop, 11 escolas mantém a greve e 7 estão em aula
Cerca de 10 mil alunos estão há mais de 60 dias sem ir à escola
Geral | 02 de Agosto de 2016 as 18h 02min
Fonte: Jamerson Miléski
A greve dos profissionais da educação da rede estadual de ensino, deflagrada no final de maio, persiste na maioria das escolas no município de Sinop. De acordo com o levantamento da assessoria pedagógica do município, das 18 escolas da rede estadual, 11 continuam com as atividades paralisadas.
A mobilização da categoria não é unanime em Sinop. Desde o início do movimento, 4 unidades não aderiram a greve. As escolas Edina Dala Beta (Jd. Umuarama), Nilza de Oliveira Pipino (Centro), Jorge Amado (Menino Jesus), e Nossa Senhora da Glória (Alto da Glória), mantém o calendário escolar normalmente, sem a paralisação dos professores.
Outras 3 escolas que aderiram a greve foram cedendo conforme a paralisação se estendeu. É o caso da Escola Estadual do Bom Jardim e da Escola Zeni Vieira, que retornaram as atividades em julho. A mais recente a “furar” a greve é a Escola Estadual Cleufa Hubner, que retornou as aulas nesta terça-feira (2). “Muitas escolas fizeram reuniões internas e decidiram, por conta própria, retornar aos trabalhos”, explica o assessor pedagógico, da secretaria estadual de Educação em Sinop, Luis Garcia Junior.
Para as demais 11 escolas não há uma previsão de retorno, o que deixa no atual momento cerca de 10 mil alunos sem aula há mais de 60 dias. O governo do Estado deve encaminhar até sexta-feira uma nova proposta para o movimento grevista, que delibera a questão na próxima semana, decidindo se retornam ou não ao trabalho.
Ainda na sexta-feira, as equipes das assessorias pedagógicas instaladas nos polos regionais se reúnem em Cuiabá para discutir a forma como as aulas perdidas serão repostas. Segundo Luis, a dificuldade de estabelecer um calendário de reposição leva em conta o fato que as escolas tiveram suas atividades suspensas por períodos diferentes. Ou seja, enquanto uma escola tem 60 das para repor, outra tem 40 ou menos. “Além disso existem questões como transporte escolar, que precisam ser definidas. O translado dos alunos é feito pelo município, mediante convênio com o Estado, que repassa o recurso. São ônibus que levam alunos da rede municipal e também do Estado, que não pararam durante a greve e que agora terão que rodar para atender aos alunos na reposição”, informa o coordenador.
Estado de greve
Na sexta-feira (29), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o reinício das aulas da rede estadual de ensino em Mato Grosso a partir de segunda-feira (01). Na decisão, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, acatou uma Reclamação Constitucional ajuizada pela Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) para encerrar a greve dos profissionais da educação. O STF entendeu que a paralisação dos profissionais da educação não pode lesar os mais 400 mil alunos da rede de ensino público de Mato Grosso, que estão sem estudar por conta da paralisação dos professores.
A decisão não reverberou no Sintep (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública), que continua sustentando o movimento grevista.
Em assembleia geral, realizada na segunda-feira, os professores avaliaram a última proposta do governo do Estado, feita com mediação do Ministério Público Estadual, e não aceitaram. A reivindicação da categoria é que haja um calendário de concurso público (já atendido pelo governo), suspensão integral do edital das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e convocação das conferências participativas para debater o assunto; e uma proposta para integralizar os percentuais da Lei de Carreira 510/13 até a próxima data base da categoria, ou seja, no próximo mês de maio.
A tentativa de acordo avaliada sugeria a execução do projeto das PPPs até setembro deste ano, as conferências convocadas, sendo que a implantação viria somente após o debate a depender do resultado.
Em relação à dobra do poder de compra, um grupo de trabalho paritário analisaria a melhor forma de garanti-la integralmente no exercício de 2017 sem prejuízo à continuidade da Lei 510/13. Em relação à proposta da execução do projeto das PPPs, os grevistas aceitaram, mesmo sob protesto.
Quanto à pauta de concursos, o Sintep quer que o edital seja montado, estipulando cargos e vagas. Para os sindicalizados a proposta do Governo está "ampla demais", sem nada concreto.
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