Empresa doa R$ 457 mil em instrumentos para o Aeroporto de Sinop

Equipamentos farão a orientação das aeronaves nos pousos e decolagens

A instrumentalização do Aeroporto de Sinop, pelo menos em partes, virá pelas mãos da iniciativa privada. A Colonizadora Sinop, empresa do setor imobiliário responsável pela fundação da cidade, confirmou a doação de instrumentos no valor de R$ 457 mil para o aeroporto municipal. O termo de doação foi assinado na manhã desta terça-feira (8), pelo diretor da companhia, Ênio Pipino Sobrinho e o prefeito Juarez Costa (PMDB). Uma sessão extraordinária da Câmara será feita ainda essa semana para referendar a doação.

Os instrumentos que o município irá receber são conhecidos como PAPI (Precision Approach Path Indicator). São luzes que se localizam ao lado da pista, nas cabeceiras, com o objetivo de identificar se a aeronave, no momento da aproximação para o pouso, está alta ou baixa no glideslope (ângulo de descida). Conforme o ângulo do avião, luzes brancas e vermelhas se ascendem, transmitindo para o piloto uma melhor noção para o pouso.

A maioria dos aeroportos que contam com esse tipo de sinalização possuem apenas um equipamento, localizado em uma das cabeceiras da pista (aquela em que geralmente é utilizada para descida das aeronaves). A Colonizadora adquiriu dois equipamentos. Cada uma das extremidades da pista do aeroporto receberá um PAPI.

Os equipamentos foram adquiridos diretamente de uma empresa em uma espécie de “promoção”. Essa empresa havia adquirido os equipamentos para fornecer a Infraero. O órgão governamental acabou desistindo da compra e os dois PAPI acabaram ficando encalhados. A Colonizadora fez uma oferta direta e adquiriu os sinalizadores. “São equipamentos novos, de primeira linha e só foram adquiridos por esse preço, abaixo do valor, devido a essa situação”, explica o superintendente administrativo do aeroporto de Sinop, Liomar Repezuk.

Segundo o prefeito Juarez Costa, o município já havia cotado os equipamentos. Adquiridos pelos cofres públicos os PAPI teriam um custo final de R$ 1,2 milhão. “Além da demora para licitar, adquirir e instalar, o que levaria pelo menos 10 meses”, revelou o prefeito.

Os equipamentos da Colonizadora deverão estar operando em 120 dias. Os instrumentos serão deslocados do Rio de Janeiro e instalados por uma empresa especializada.

Paralelo a isso, afirmou o prefeito, o município concluirá entre os dias 7 e 11 de março a implantação da EPTA (Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo), estrutura que fará os Serviços de Controle de Tráfego Aéreo, com informação de voo, de aeródromo e de alerta. A EPTA é mais um apoio para navegação aérea. Com a estrutura pronta, serão feitas as homologações na Anac e no Sindacta. “Em 4 meses teremos completado a estrutura de navegação do aeroporto de Sinop”, afirmou o prefeito.

Nos próximos dias serão entregues as obras de ampliação do terminal de passageiros, em reforma desde novembro de 2015.

E o projeto milionário?

Sinop continua na lista do governo federal dos municípios contemplados pelo PIL (Programa de Investimento em Logística), direcionado para a reestruturação da aviação regional. O Aeroporto local deve receber um investimento na ordem de R$ 88 milhões, colocando Sinop entre as grandes estruturas aeroportuárias do país. O difícil é afirmar quando.

O programa é gerido pela Secretaria de Aviação Civil do Governo Federal e a execução das obras cabe ao banco do Brasil. São 271 aeroportos em todo o país sendo 13 em Mato Grosso. Segundo Juarez, hoje é impossível definir um prazo de quando essa reestruturação vai começar. “Foge da nossa alçada. O que podemos fazer é o trabalho político, de cobrar”, comentou.

Por isso na próxima sexta-feira (11), uma comitiva composta pelo secretário de Indústria e Comércio de Sinop, Marcos Bachiega, e pelo deputado estadual Silvano Amaral (PMDB), irá até Brasília para tratar da tramitação. Eles serão interpelados pelo senador Wellington Fagundes (PR), que irá emprestar o seu trânsito no governo federal à comitiva de Sinop.