Empresa inicia processo para instalação de um aterro sanitário em Sinop

O projeto é para receber no aterro todo o lixo produzido no município e na região

A iniciativa privada deve trazer a solução para o lixo urbano de Sinop que a gestão pública não conseguiu. A Sanorte Saneamento Ambiental já protocolou na SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), os processos de licenciamento ambiental para instalação de um aterro sanitário no município. A empresa pretende realizar um investimento na casa dos R$ 20 milhões para absorver uma demanda de 200 toneladas de lixo por dia, ao longo de 20 anos.

A Sanorte já opera com a destinação dos resíduos sólidos no Norte de Mato Grosso. É da empresa o aterro licenciado instalado na cidade de Sorriso e que também recebe os resíduos de Lucas do Rio Verde e outras 9 cidades. Segundo a engenheira ambiental e responsável técnica pelo aterro, Renata Grase, o projeto piloto de Sorriso já contemplava Sinop, mas a empresa optou por implantar uma estrutura dentro do município. “Isso irá reduzir custos com o transporte do lixo”, explicou.

Atualmente os resíduos sólidos de Sinop são destinados para o “Lixão”, um local sem qualquer regulamentação que, inclusive, foi alvo de diversas notificações da Sema e do Ministério Público. O Lixão também é um problema para o aeroporto de Sinop, que deve passar por uma reestruturação. Como o depósito de resíduos fica a menos de 6km de distância, o município pode ter dificuldades para conseguir as licenças de operação do Aeroporto ao final da ampliação.

Sinop já possui um plano municipal dos resíduos sólidos aprovado e uma lei que garante a cobrança da Taxa do Lixo de cada cidadão – o que torna a destinação correta “custo zero” para os cofres públicos. Mesmo assim, a administração ainda não conseguiu dar o fim correto ao lixo.

Com o aterro da Sanorte, o problema deve ser resolvido. A empresa não possui qualquer garantia que irá receber o lixo de Sinop. No entanto, instalada com aterro próprio no município terá mais “vantagens” ao disputar qualquer licitação para destinação.

Renata acredita que o processo de instalação do aterro sanitário levará entre 3 a 4 anos. Segundo a responsável técnica, a legislação ambiental exige que seja feito um estudo de campo na área pretendida para o aterro. “Esse trabalho levará cerca de um ano e meio. Só então teremos a permissão da Sema para dar sequência no projeto naquela área”, ressaltou a engenheira.

A solução, no entanto, tem um preço. No contrato que a empresa tem com Lucas do Rio Verde, por exemplo, a prefeitura repassa R$ 123,38 por tonelada de lixo destinada para o aterro. Sinop produz em média 120 toneladas de lixo por dia. Ou seja, ao longo de um mês o município terá que desembolsar mais de R$ 440 mil – algo na casa dos R$ 5,3 milhões por ano. Como compensação, cerca de 4% desse valor retorna aos cofres do município, devido ao ISSQN recolhido.

A Sanorte Saneamento Ambiental, iniciou seus serviços no ano de 2008. A empresa é especializada na coleta e destinação de resíduos classe 2 e 3, prestando serviços para empresas particulares e prefeituras.