Comida de preso
Empresa do “delator” toca o Restaurante da UFMT Sinop
Alan Malouf é o proprietário da empresa que detém R$ 16,8 milhões em contratos com a UFMT
Geral | 15 de Maio de 2019 as 18h 02min
Fonte: Jamerson Miléski

Um dos principais operadores do esquema criminoso que desviou recursos da Secretaria de Educação de Mato Grosso, denunciado, investigado e condenado a 15 anos de prisão na Operação Rêmora, Alan Malouf é o “dono” dos Restaurantes Universitários da UFMT de Sinop, Cuiabá e Rondonópolis. Os contratos que o empresário possui com a instituição de ensino correspondem a R$ 16,8 milhões por ano.
Alan Malouf é sócio proprietário da Novo Sabor Refeições Coletivas Ltda. Essa empresa detém a concessão onerosa dos restaurantes universitários das 3 unidades da UFMT no Estado. O contrato mais antigo – e também o mais volumoso - é com a sede, em Cuiabá. A Novo Sabor opera o Restaurante da UFMT de Cuiabá desde 2014, recebendo R$ 10,7 milhões por ano.
A mesma empresa também foi contratada para operar o Restaurante da UFMT de Sinop, oficialmente instalado em 2017. O contrato foi firmado com dispensa de licitação e foi prorrogado até novembro desse ano. No campus do Norte a Novo Sabor vende 75,3 mil cafés da manhã e 301,8 mil almoços/jantares. Para tal a empresa recebe da instituição R$ 2,7 milhões. Em contrapartida, paga a locação do espaço de 1,2 mil metros quadrados: pouco mais de R$ 10,8 mil por mês – menos de 5% do valor total do contrato.
A Novo Sabor acumula ainda o Restaurante da UFMT de Rondonópolis, com um contrato de R$ 3,4 milhões, firmado no ano passado, 2018, dois anos depois de Alan ser denunciado na Operação Rêmora.
Ser denunciado como parte de uma organização criminosa que negociou mais de R$ 56 milhões em licitações para construção de escolas públicas em Mato Grosso não impediu Alan Malouf de firmar contratos com o poder público – mesmo na Educação. A condenação, Há 15 anos de prisão, também não impedirá o empresário de cumprir ou desfrutar desses contratos.
Desde que a Operação Rêmora começou, em 2016, Malouf passou apenas 10 dias preso. O empresário firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), o que garantiu sua vida fora das grades.
Da pena de 15 anos de prisão, Malouf vai cumprir 7 meses em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, 5 meses no semiaberto (não há unidade específica em Mato Grosso) e nos 13 anos restantes não terá nenhum impedimento além de comparecer à Justiça uma vez por mês para ‘justificar suas atividades’.
O acordo com o MPF estabelece que Malouf pagará R$ 5,5 milhões - a título de “indenização”, já que na prática, não houve desvio direto de recursos públicos. Deste total, R$ 3,38 milhões serão pagos por meio de entrega de imóveis cuja avaliação foi contratada pelo próprio delator. E o restante parcelado em 10 vezes.
O crime compensa
O site Gazeta Digital, em reportagem assinado por Lázaro Thor Borges, noticiou hoje uma relação com os contratos públicos que a empresa de Alan Malouf possui – e que deverão lhe garantir uma vida “estável”, mesmo na condição de presidiário.
Conforme o levantamento da Gazeta, o delator é sócio de 14 empresas e, mesmo depois das operações, conseguiu uma série de contratos com o poder público. “O mais curioso destes contratos é com a própria Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), que o investigou. A Novo Sabor Refeições Coletivas Ltda., empresa do delator, ganhou este ano a licitação de direito a uso de área onde é instalado o restaurante da Procuradoria. Ali, a Novo Sabor cobra R$ 29,90 pelo quilo da refeição e paga um aluguel de R$ 3 mil”, noticiou a Gazeta.
A reportagem também cita a concessão para instalar uma lanchonete na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), onde a empresa de Malouf paga um aluguel de R$ 600,00. O contrato foi assinado em abril de 2019. Além disso, a empresa tem contrato com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT) no valor global de R$ 900 mil para serviços de buffet. O Sebrae, apesar de ser ligado a entidades patronais, recebe recursos arrecadados pelo governo.
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