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Sinop

Energia fraca, falha e cara

Sinopenses reclamam do fornecimento de energia elétrica e do valor das contas

Geral | 20 de Outubro de 2017 as 16h 12min
Fonte: Jamerson Miléski

Oscilação na energia elétrica, interrupção no fornecimento por longos períodos e uma conta mais alta do que o habitual. Essa tem sido a reclamação de boa parte da população de Sinop com relação ao serviço da Rede Energisa, concessionária de energia elétrica em Mato Grosso. As queixas, em grande volume, vêm de diferentes localidades do município. Em um levantamento prévio realizado pela reportagem, foram relatados problemas no fornecimento de energia nos bairros Jardim Paraíso (1 e 2), Jardim Maringá 2, Aquarela Brasil, Setor Industrial Sul, Parque das Araras, Jardim Jacarandás, Jardim das Palmeiras, Jardim Nossa Senhora Aparecida, Jardim Primaveras, Jardim Itália, Jequitibás e Botânico.

Parte dos moradores destes bairros tem sofrido com longas interrupções no fornecimento, como ocorrido na noite de segunda-feira (16), por volta das 11h30, em que as residências ficaram por quase duas horas sem energia elétrica. Mais constante, no entanto, são as queixas quanto a oscilação na energia. Muitos consumidores relataram ao GC Notícias que, em especial durante a noite, percebem as luzes “piscando”, funcionando em meia fase, com equipamentos eletrônicos ligando e desligando incessantemente.

Os relatos dão conta que essas oscilações vêm ocorrendo nos últimos dois meses. O descontentamento ficou maior no início de outubro, com a chegada das faturas de energia elétrica referentes a setembro. Para parte desses consumidores, a fatura veio bem mais cara do que nos meses anteriores.

Segundo o engenheiro eletricista Marcelo Almeida de Oliveira, que desenvolve projetos e presta consultorias para empresas em Sinop, a oscilação não está relacionada ao aumento constatado nas faturas do mês de setembro. “Essa oscilação que o consumidor percebe é na verdade uma queda na tensão. Muitas vezes, apenas uma fase chega até a residência. Nesses casos equipamentos ‘pesados’, que demandam maior potência, param de funcionar e, portanto, não consomem energia”, explica o engenheiro.

Marcelo diz que pode haver uma variação no consumo devido a “retomada” desses equipamentos, quando após a queda de energia eles são religados. Tal consumo, no entanto, não é suficiente para registrar um aumento abrupto na fatura de energia. “A variação é mínima”, garante o especialista.

Essa é a mesma explicação dada pela Rede Energisa. O GC Notícias encaminhou as queixas registradas junto aos consumidores para a Concessionária de energia, que respondeu através de nota. Conforme a Energisa, “as fortes chuvas que atingiram o município de Sinop nas últimas semanas tem causado danos à rede de distribuição de energia e consequentemente, motivado interrupções no fornecimento. A empresa tem trabalhado com sistemas de Contingência, quando mais equipes ficam disponíveis, para atender o mais depressa possível as ocorrências”.

A empresa afirma ainda que as interrupções de curta duração (oscilações) que a população têm sentido ocorrem quando a Energisa realiza troca de circuito elétrico. “Essa manobra é essencial para que eles fiquem o menor tempo sem energia. Quando essas interrupções acontecem, não há aumento no consumo nos eletrodomésticos”, garante a empresa. “Sobre as interrupções no período anterior ao início das chuvas, a Energisa esclarece que foram problemas pontuais na rede que atende os bairros citados e que já foram solucionados”, completa a nota.

 

E a conta estourada?

Conforme a assessoria de imprensa da Energisa, historicamente o consumo de energia elétrica dispara no mês de setembro, o mais quente e seco em Mato Grosso. O aumento generalizado nas faturas de energia é atribuído às condições do clima.

Para o engenheiro eletricista Marcelo Oliveira, a explicação está correta. “Geladeira, refrigeradores e outros equipamentos similares ficam constantemente ligados. Se a temperatura do ambiente está mais alta, eles consumem mais energia para manter a temperatura que estão programados. Além disso, os aparelhos de ar condicionado também consumem mais energia em dias quentes, mesmo que permaneçam ligados pelo mesmo período. Ou seja, mesmo deixando o ar condicionado ligado como de costume, o seu funcionamento consumirá mais energia do que em um dia menos quente e mais úmido”, explicou.

Além do consumo devido ao calor, a energia em si ficou mais cara. Na fatura de setembro houveram duas bandeiras na conta de energia, que somaram ao valor habitual.

O volume de reclamações fez o diretor do Procon, Cristiano Peixoto, buscar um canal mais direto entre o Órgão e a Concessionária. Somente no mês de setembro foram 15 queixas formais no Procon. A ideia é buscar uma nova forma de resolver as demandas dos consumidores que não seja fazem audiências. “Eles querem, realmente, estreitar os laços com o Procon para poder resolver os problemas só no atendimento preliminar, sem baixar para audiência e sem petição”, explica Peixoto.

Nesta sexta-feira (20), a equipe do Procon recebeu um “curso” dos técnicos da Energisa sobre bandeiramento e leitura de faturas. A intenção foi capacitar os servidores do órgão para que sejam mais eficazes ao receber as demandas dos consumidores.

Quanto a suspensão ou oscilação na energia, o diretor do Procon recomenda monitoramento. “O consumidor deve marcar os horários dessas oscilações, dia, hora e por quanto tempo durou. Com isso, pode entrar em contato com a Energisa através do 0800 e repassar a demanda. Anote o protocolo do atendimento. Se o problema persistir, procure o Procon”, ensina Peixoto.

 

Oscilação pode queimar os equipamentos?

Segundo o engenheiro eletricista, Marcelo Oliveira, sim, o risco de queimar os aparelhos eletrônicos devido oscilações de energia é significativo. “Quando o fornecimento de energia é reestabelecido, ela pode vir com uma tensão maior, queimando os aparelhos”, explica.

Esse problema pode ser resolvido de forma permanente, prática e sem depender da Energisa. Marcelo recomenda a instalação de um DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos). Trata-se de um aparelho compacto que pode ser instalado imediatamente após o medidor de consumo da Energisa, antes da energia “entrar em casa”. Segundo o engenheiro, o DPS funciona como um fusível, bloqueando a corrente elétrica em casos de “surtos” (tensão maior do que o apropriado). Sem esse equipamento, o impacto da tensão mais alta é absorvido por qualquer aparelho que esteja na tomada.

Um DPS de boa qualidade custa aproximadamente R$ 100,00. É possível encontrar dispositivos dessa natureza ainda mais baratos. A instalação é simples, rápida e pode ser feita por qualquer eletricista.

Em caso de queima de equipamentos, explica o diretor do Procon, o consumidor pode abrir um processo junto a própria Energisa, para o ressarcimento. “O procedimento para eventual ressarcimento por danos a equipamentos elétricos segue a regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pode ser iniciado em qualquer agência de atendimento ou pelo telefone 0800 646 4196. A solicitação só pode ser feita por cliente legalizado, que seja titular de uma unidade consumidora. É necessário descrever o equipamento e a data da ocorrência que gerou a queima, e ao longo do processo, podem ser solicitados outras informações ou documentos. A partir daí, o processo é encaminhado para análise. As normas, procedimentos e prazos estão descritos no www.energisa.com.br”, completou a concessionária.