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Alerta

Estado não receberá remessa de soros antivenenos

Ministério da Saúde não enviará soros para Mato Grosso que emite alerta aos municípios

Geral | 22 de Junho de 2016 as 17h 41min
Fonte: Jamerson Miléski

A secretaria estadual de Saúde emitiu esta semana uma nota de alerta para os municípios de Mato Grosso. Os estoques de soros antivenenos, que estão em baixa desde 2014, não serão reabastecidos em junho e julho, conforme cronograma do Ministério da Saúde. O alerta se baseia na nota técnica expedida pelo Ministério da Saúde no dia 9 de junho. O documento informa que não serão enviadas as remessas de soros antibotrópico (pentavalente), anticrotálico e antilaquético. A comunicação é de que o cronograma de envio foi adiado, mas não há uma nova data para o reabastecimento dos estoques nos municípios.

Os soros antibotrópicos, anticrotálicos e antilaquéticos são medicamentos utilizados para o tratamento de pessoas picadas por cobras das espécies jararacas, cascavéis e surucucus (pico de jaca), respectivamente – serpentes comuns no Estado de Mato Grosso. Os soros contém anticorpos ao tipo de veneno, anulando ou minimizando os efeitos da toxina no organismo. O soro é a principal forma de tratamento em casos de acidentes com animais peçonhentos e, na maioria dos casos, a única eficaz.

O Ministério da Saúde justifica que a suspensão do fornecimento dos soros antivenenos deve-se as restrições na capacidade de produção. Apenas 4 laboratórios no país produzem os soros que abastecem os estoques do SUS: Instituto Butantã, Instituto Vital Brazil, Fundação Ezequiel Dias e o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos. No ano de 2013 a Anvisa fez uma série de exigências aos laboratórios que tiveram que passar por reformas e reestruturações, o que acabou comprometendo a fabricação do soro de forma considerável. Alguns institutos simplesmente fecharam as portas enquanto outros tiveram problemas – desde furtos de animais por ativistas até falta de matéria-prima.

Mesmo após 3 anos da ingerência da Anvisa, não há sinal de normalização da produção dos soros. A consequência é a falha na distribuição feita pelo Ministério da Saúde e o desabastecimento dos estados.

Em Mato Grosso, a Secretaria Estadual de Saúde recomenda aos municípios que mantenham estruturas para possível deslocamento de emergência para pacientes picados por cobras e uma ampla campanha para que a população evite locais de risco, reforçando o uso de equipamentos de proteção individual para quem trabalha em regiões de mata. Em suma, a recomendação é: “Não seja picado por uma cobra porque pode não haver soro”.

Em Sinop os estoques da Secretaria de Saúde estão abaixo do limite de segurança desde 2015. A cidade é referência para 32 municípios da região.