Estado retém pagamentos para os leitos de UTI

Empresa terceirizada que administra a UTI recebeu apenas um dos 3 meses que prestou serviço

A empresa contratada para gerenciar as UTI’s (Unidades de Tratamento Intensivo), dos Hospital Regional de Sinop, ainda não recebeu nenhum valor do Estado este ano. Contratada em dezembro de 2014, a Proclin foi a responsável por iniciar a operação das UTI’s do Regional. Contratada pelo Governo do Estado, através da secretaria de Saúde, a empresa recebeu, até o momento, apenas a parcela referente ao mês de dezembro. A parcela referente ao mês de janeiro (que vendeu em 20 de fevereiro), não foi paga. O valor referente ao serviço prestado no mês de fevereiro também está em aberto, mas esse tem vencimento no dia 20 de março.

Conforme o contrato firmado, o Estado deve repassar mensalmente a empresa o valor bruto de R$ 500 mil. Ou seja, pelos serviços já prestados a Proclin tem R$ 1 milhão a receber. Apesar do montante devido, o serviço não deve ser interrompido.

É o que assegura o interventor do Hospital Regional de Sinop, Wanderson Silva. O servidor designado pelo Estado para conduzir a unidade está hoje, sexta-feira (6), na capital para resolver as pendências e viabilizar o pagamento. “Não há interesse do Estado em reincidir o contrato, nem da empresa em paralisar o serviço. Os pagamentos foram retidos para que a nova gestão pudesse analisar melhor os contratos feitos e as prestações de contas dos serviços”, explica o interventor.

A previsão é de que o valor seja quitado na próxima semana. O Estado recebe mensalmente repasses do Governo Federal, na ordem de R$ 3,5 milhões, vinculados a operacionalização do Hospital de Sinop. O recurso existe, mas no caminho entre o Ministério da Saúde e a unidade, passa por dentro da secretaria de Saúde.

UTI de referência

Segundo o interventor o fato dos pagamentos estarem atrasados não significa que os leitos de UTI não estão funcionando como deveriam. “O contrato firmado com esta empresa é muito bem alinhado e está servindo de referencia para as outras unidades hospitalares administradas pelo Estado”, revelou.

Segundo ele o serviço desempenhado pela empresa também é modelo para os outros Hospitais Regionais.

A Proclin, que gerencia os leitos de UTI em Sinop tem sede em Cuiabá. Foi fundada em 2007, com a união de médicos com formação em Clínica Médica. Todo o “arsenal” necessário – o que inclui insumos, medicamentos, instrumental e softwares – são fornecidos pela empresa.

O médico Fábio Liberalli, representante da Proclin e que também é presidente da associação de médicos intensivistas (UTI), do Centro Oeste, prometeu em dezembro de 2014 que Sinop teria a melhor UTI do Estado. “A UTI que entrará em operação no Hospital de Sinop será a melhor UTI pública do Estado, melhor do que a maioria das unidades privadas”, afirmou Liberalli, considerando a estrutura, equipamentos e a equipe médica direcionada pela empresa para atuar na unidade. “São equipamentos novos, de ponta, com marcas de referência. O contrato que firmamos foi bem dimensionado. Não faltarão profissionais. A equipe médica terá experiência suficiente para salvar vidas”, completou.

Cerca de 80% dos profissionais contratados são de Sinop e região. A empresa traz consigo apenas os quadros que não conseguiu preencher com a mão de obra local (além dos de gerência). A Proclin utiliza um software de gestão, com sistema de prontuários eletrônicos e monitoramento dos pacientes.

Serão cerca de 60 profissionais atuando apenas na operacionalização de 10 leitos de UTI adulto, 5 UTI’s infantis além de 6 leitos semi-intensivos. O quadro inclui médicos, cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, técnicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e nutricionistas.