Família se “instala” em área pública e avisa que não é invasão

Placa feita a mão avisa que o espaço só será usado por 40 dias

Uma cena curiosa foi registrada esta semana pelas lentes do GC Notícias. Em uma área pouco movimentada da cidade de Sinop uma família montou um acampamento dentro de uma reserva florestal do município. A ocupação do imóvel público, que é ilegal, foi comunicada de forma bastante incomum.

Os ocupantes penduraram uma placa próximo ao barraco de lona sustentado por galhos de árvores. No pedaço de plástico plano o cidadão escreveu à mão: “Não tra-se [trata-se] de invazão – apenas necescito deste local por mas o menos 40 dias para juntar material reciclável”.

A mensagem carregada de erros de português foi a forma encontrada pela família para dizer que, embora saibam que o que estão fazendo é proibido, não possuem outra alternativa melhor. A instalação “provisória” tem, além de uma pequena cobertura de lona, duas cadeiras quebradas e um fogão a lenha improvisado com latas de tinta. Quando o GC Notícias esteve no local, ninguém foi encontrado.

Segundo a secretaria de Meio Ambiente, a gestão dessa área pública é da secretaria de Agricultura, uma vez que o viveiro de mudas do município está dentro do espaço da reserva. Antes de simplesmente “despejar” essas pessoas, a pasta procurou a equipe da Assistência Social do município, afim de que seja conferido um amparo à essa família que passa por dificuldade.

Faziam pelo menos 12 anos que Sinop não registrava esse tipo de situação. O último caso registrado de pessoas morando dentro das áreas de preservação permanente do município foi em 2004, quando pelo menos 8 pessoas se instalaram, com barracos de lona, dentro da reserva localizada nos fundos da Unemat. 2004 foi um ano marcado pela recessão econômica da região, principalmente pelo fechamento de várias empresas do setor madeireiro. Naquele ano foi preciso amparo judicial para desocupar a reserva.

Previstas desde o projeto original da cidade, as 3 áreas de preservação permanente formam ilhas de áreas públicas pouco ou nada ocupadas entre os bairros de Sinop.