Sinop
Grupo Pão de Açúcar faz proposta para adquirir o Estádio Gigante do Norte
Projeto prevê a construção de uma nova arena esportiva, um atacarejo Assaí, Mcdonalds e Pizza Hut
Geral | 18 de Janeiro de 2019 as 10h 31min
Fonte: Jamerson Miléski
Sinop volta a estar na mira dos grandes investidores nacionais. A mais recente investida vem da GPA (Grupo Pão de Açúcar), uma holding que abriga, entre outras empresas, a Rede Atacadista Assaí, Supermercados Extra e Casas Bahia – posicionada como a maior empresa varejista do Brasil, com mais de 2 mil lojas. O Grupo quer adquirir o Estádio Gigante do Norte e toda a quadra em seu entorno para construir um atacarejo e uma street commerce, com outras 4 ou 5 empresas.
O projeto de investimento foi indicado pela SuccesPar, uma empresa especializada em prospecção de negócios que presta serviços para o GPA/Assaí. Os diagnósticos realizados pela SuccesPar apontaram Sinop como a melhor localidade para expansão do Grupo. Porto Velho (RO), foi a segunda opção. Para esse mega investimento, a área mais propícia apontada pelo levantamento foi justamente a quadra onde está o Estádio Gigante do Norte.
Segundo Luiz Alfredo Bernado, que presta consultoria para SucessPar, a proposta feita para o município de Sinop é construir uma nova e moderna arena esportiva, com espaço para 15 mil lugares, no local a ser indicado pela prefeitura, em troca da área para fazer o investimento. “A nossa proposta é acompanhada de um planejamento, com a preocupação de não deixar o time local [Sinop F.C], nenhum dia sem um estádio para jogar”, assegura Bernardo.
A proposta dos investidores foi formalizada no final de novembro de 2018. A SuccesPar e a prefeitura de Sinop demandaram o assunto para o poder judiciário. Para que o projeto avance, é preciso que o poder judiciário autorize o município a transmitir o imóvel e toda a estrutura pública para iniciativa privada. A ação também pede para que o judiciário eleja um perito para fazer a avaliação do imóvel – afim de evitar imbróglios jurídicos, como na venda da área no entorno do cemitério municipal. “A forma mais transparente que encontramos de tratar esse assunto foi através do judiciário. O município só vai prosseguir com esse projeto caso a justiça autorize, nos diga exatamente quanto custa a quadra com o Estádio e se podemos fazer a venda da área condicionada a construção de uma nova arena esportiva para o município”, explicou a prefeita Rosana Martinelli (PR).
O poder judiciário retorna do recesso na próxima segunda-feira (21), quando a questão deve ser analisada. Para prefeita, o negócio é bom para cidade. Rosana lembra que a emenda do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), para reforma do estádio, não se efetivou. “Todos os anos o município precisa fazer investimentos para deixar o Estádio em condições de uso. A estrutura tem problemas, dos muros ao vestiário e também no sistema de iluminação. É uma instalação obsoleta e a prefeitura não tem recursos para manter. Com essa proposta, a cidade terá uma nova e moderna arena esportiva, que também abrigará outros eventos do município”, assegurou Rosana.
A prefeita ainda não decidiu o local onde a nova arena será erguida. A proposta do Grupo Pão de Açúcar para aquisição do imóvel do Estádio flutua entre R$ 27 milhões a R$ 38 milhões. O valor do imóvel, no entanto, será determinado pela Justiça. Uma vez feito, a prefeitura deve lançar uma licitação – possivelmente um concurso de projeto ou uma concorrência pública condicionada – nos moldes da proposta feita pelo GPA, mas que poderá ser disputada por qualquer ente da iniciativa privada.
Investimento Gigante
Caso o projeto do GPA se concretize, o Gigante do Norte será derrubado. Em seu lugar, outro gigante será erguido: o Assaí Atacado. Com 129 lojas em 16 estados brasileiros, o Assaí é uma das maiores redes do país. Suas lojas operam como Atacarejo, como um supermercado especializado para vendas em grandes quantidades, mas que também comercializa no varejo – similar ao Atacadão.
Segundo Luiz Bernardo, o Assaí não solicitou nenhum incentivo fiscal. O grupo pretende investir nesse complexo na cidade de Sinop cerca de R$ 150 milhões. “A partir da emissão do alvará de construção, em 110 dias abrimos a loja. Esse é o prazo para construir a loja, colocar produto nas prateleiras e contratar o pessoal. O nosso planejamento é para cortar a fita de inauguração no dia 14 de setembro”, revelou o consultor.
No complexo do atacarejo o grupo pretende abrir uma loja do Mcdonalds e uma da Pizza Hut, além de outros serviços acessórios como lavanderia, lotérica e outros. O projeto estima um faturamento mensal na ordem de R$ 15 milhões por mês – além de 1,5 mil novos postos de trabalho. “O Assaí vem para Sinop contribuir com a regulação dos preços ao consumidor e reforçar a capacidade de abastecimento da população”, completa Bernardo.
No Mato Grosso, o Assaí possui lojas em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis.
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