Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Quinta Feira 25 de Abril de 2024

Menu

Doação

Hospital de Câncer enfrenta dificuldades e pede ajuda à sociedade

Repasses do Governo Federal e doações da sociedade civil não conseguem suprir custos de manutenção

Geral | 06 de Setembro de 2015 as 13h 00min
Fonte: Marcus Mesquita/MidiaNews

Até agosto de 2015, o Hospital de Câncer de Mato Grosso o Hospital realizou mais de 46 mil atendimen |

A situação é exposta pela coordenadora de Desenvolvimento Institucional, Silvia Negri, que afirma que a unidade fecha a contabilidade "no vermelho" praticamente todos os meses. O déficit mensal chega a R$ 1 milhão, segundo Negri.

“Hoje nós temos um déficit de R$ 1 milhão, então, continuamos, mês após mês, fechando no vermelho e as dívidas só estão aumentando, porque cada vez que melhoramos de alguma maneira, sempre aparece algo que gera gastos e uma coisa puxa a outra”, afirmou.

Conforme Negri, a situação se agrava com o fato de a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) não sofrer aumento e o hospital precisar trabalhar com incentivos, tendo que cumprir vários requisitos a fim de garantir os pagamentos.

Segundo a coordenadora, em 2014, o hospital realizou 60 mil atendimentos e o total de despesas foi de R$ 26.005.707,59.

Neste ano, o Hospital realizou, até o mês de agosto pouco mais de 46 mil atendimentos, sendo os pacientes, em média, 50% de Cuiabá e Várzea Grande e 50% vindos do interior do Estado.

 

Dificuldades

Hoje, o HCâncer tem 107 leitos adultos e 15 leitos infantis, todos em uso, além de sete vagas no isolamento para crianças que precisam se submeter a essas condições.

Manter sua estrutura, no entanto, custa caro. Segundo Negri, o valor dos repasses do Governo Federal e as doações da sociedade civil não conseguem suprir a demanda atual.

“Nós somos uma gestão plena e temos um contrato com o município de Cuiabá, recebendo a produção do que fazemos dentro dos limites estabelecidos e contratualidades. Já o Governo do Estado nos ajuda com a manutenção da UTI adulta, então nós dependemos subitamente de ações da sociedade e parcerias em projetos para continuarmos melhorando”, afirmou.

A coordenadora disse que são várias as dificuldades enfrentadas pelo hospital para manter o atendimento, mas que as preocupantes envolvem alimentação e medicamentos.

“É difícil elencar as dificuldades, mas podemos citar as dificuldades na aquisição de medicamentos e de alimentos, pois fazemos cinco alimentações diárias e gastamos em média 120 Kg de carne por dia”, contou.

Silvia explicou que os gastos com tudo no HCâncer é alto porque, além de atender aos pacientes, a unidade também mantém os acompanhantes.

 

Voluntariado

A coordenadora explica que, para ajudar o HCâncer, a pessoa interessada não precisa estar apenas atuando dentro das dependências do hospital e que há outras formas de ser voluntário.

“Na realidade, quem quer ajudar, mesmo a distância ou não sendo de Cuiabá, pode colaborar. Hoje, nós temos o voluntariado que fica dentro da instituição ajudando nas atividades e que trabalha 4 horas semanais, que é o que a lei permite", disse.

 

Sílvia Negri afirma que toda a ajuda da sociedade é bem vinda no HCâncer de MT

“Nós não temos uma restrição de pessoas. Quem quer ajudar sempre poderá fazer isso em vários serviços e até mesmo em doações como iogurtes, achocolatados, água de coco, porque muitas vezes as crianças estão enjoadas de comer arroz e feijão por causa da quimioterapia, sofrem com vômito e temos que criar situações para que elas se alimentem”, completou.

Os voluntários ajudam no atendimento nas brinquedotecas, nos espaços onde há um grande fluxo de crianças e até mesmo nos espaços adultos, nos serviços de cuidados com as capelas, nas farmácias, na limpeza, jardinagem e até mesmo na recepção.

Quem quiser ser um voluntariado pode se cadastrar no grupo que existe no Facebook que contém 18 mil pessoas, chamado “Voluntários do Hospital do Câncer de Mato Grosso”.

Silvia afirmou, ainda, que há também a campanha mais antiga do HCâncer, que visa arrecadar doações por meio de descontos da fatura de energia elétrica. Quem quiser ajudar dessa forma, deve ir ao Hcâncer preencher um formulário, levando consigo o número da sua unidade consumidora.

 

Projetos

Segundo a coordenadora, apesar das dificuldades, o Hospital vem conseguindo melhorar a sua estrutura por meio de projetos que recebem auxílio da sociedade cuiabana e do interior do Estado. Um deles é o "Projeto Aconchego", que prevê a reforma das enfermarias dos pacientes adultos.

“É um projeto que está em andamento e muito rapidamente estamos conseguindo fazer essas reformas, que vem deixando o ambiente mais humanizado, com um padrão muito acima do que o SUS proporciona”, afirmou.

Outro projeto que o HCâncer está realizando se chama “Cuidados Paliativos”, que visa à construção de uma ala destinada aos pacientes que precisam de tratamento diferenciado dos demais.

“Nós queremos construir essa ala para que pacientes que tem chances de cura não fiquem juntos com pacientes que não tem mais nenhuma chance de cura, porque isso, psicologicamente falando, é muito ruim. Quem tem chance de cura acaba achando que não tem mais saída alguma, que não vai derrotar a doença. Então, queremos construir o espaço para pacientes terminais, para que eles tenham um atendimento melhor organizado e individualizado”, explicou.

O Hospital, hoje, tem 19 leitos nessa ala e prevê criar, com o projeto, 15 leitos individuais.

“Nós já estamos em fase de elaboração do projeto, de quanto custará, mas deve orçar por volta de R$ 1.56 milhão. Então, esse já é mais um desafio que teremos que enfrentar para fazer isso acontecer”, disse.

 

O HCâncer

O Hcâncer de Mato Grosso abriu as porta, em 2000 para internação de pacientes de oncologia e foi considerado, nos anos de 2012 e 2013, como integrante do “bloco A”, que significa que é um dos melhores do país e o único de Mato Grosso nessa lista. O estudo foi feito pelo Ministério de Saúde, mas não foi repetido nos últimos anos.

Existindo há 16 anos, a unidade possui dois mil metros quadrados de área construída e dispõe de 18 consultórios, um centro de prevenção de mama (que não está funcionando por falta de recursos), um mamógrafo, um ultrassom e uma biopsia de mama.

“Nós oferecemos todos os serviços da área de oncologia dentro das diretrizes do Ministério de Saúde, atendendo crianças e adultos, todo o perfil de público. Fazemos todo o tratamento necessário, seja ele quimioterápico, radioterápico ou cirurgias”, explicou Silvia.