Novidade
Indústria de Sinop usa grãos de exportação para fazer café especial
Colhido em Minas Gerais, grão tipo exportação é processado em Sinop e moído na hora para o cliente
Geral | 13 de Dezembro de 2019 as 14h 48min
Fonte: Jamerson Miléski
Matas de Minas. Esse é o nome da região composta por 63 municípios de Minas Gerais, dentro do bioma da Mata Atlântica, que por gerações se especializaram na produção de cafés especiais. Nessas terras em que brotam os cafezais mais importantes do país está a Fazenda Santa Catarina.
É nessa pequena propriedade estabelecida no município de Manhuaçu que uma indústria de Sinop encontrou a matéria prima para sua nova linha de cafés especiais. A proposta desse novo produto é selecionar os melhores grãos e trata-los com o conhecimento de quem trabalha com café há 28 anos. E a primeira xícara desse café é para cidade de Sinop.
É o que explica um dos gestores da Café Solo, Vinicius Alves, filho de José Alves Neto (o Zezinho), que fundou a indústria em Sinop no ano de 1991. Depois de quase 3 décadas produzindo cafés “comerciais”, a Café Solo decidiu entrar no concorrido mercado de cafés especiais, extraindo o novo produto da sua essência.
Segundo Vinicius, a Café Solo sempre buscou seus grãos em Minas Gerais. A Fazenda Santa Catarina, que pertence a família, está a 1,2 mil metros de altitude do nível do mar. A combinação de solo, clima e o conhecimento de quem trata dos cafezais, resulta em um grão de primeira qualidade. “O café que colhemos nessa propriedade é dedicado à exportação, em especial para o Japão e para Coreia do Sul. Menos de 5% da produção fica no Brasil. São destes grãos que estamos produzindo a nossa linha de cafés especiais”, revelou Vinicius.
Cafés feitos a partir de grãos colhidos na Fazenda Santa Catarina já obtiveram a segunda maior nota no Cup of Excellence – principal concurso de qualidade de café em todo mundo. Os grãos, 100% da espécie arábica, da variedade Catuí Vermelho, viajam até Sinop onde encontram a experiência do torrefador. “Há mais de 15 anos meu pai [Zezinho] estuda processos de torrefação do café, reproduzindo esses conhecimentos na sua indústria. Toda essa experiência nos deu a chance de apresentar 3 diferentes blends para nossa linha de Cafés Especiais”, explicou.
Identificados pelas embalagens prata, dourado e negra, os 3 blends oferecidos pela Café Solo se diferenciam basicamente pela técnica de torrefação. “A forma como o grão é submetido à torra altera o aroma e o sabor final do café”, ensina Vinicius.
Na embalagem prateada está o grão menos asseverado pelo fogo. Com torrefação média, esse café é classificado como intensidade 8. É um café “claro”, “clássico”, bastante suave, que quando está na xícara apresenta notas de caramelo e frutas cítricas.
Já o pacote dourado trás um grão com torra média-escura e intensidade 10. Sua presença é marcante na boca, revelando sabor de caramelo. É o mais equilibrado de toda linha especial, entre suavidade e intensidade.
Por fim, o mais intenso, feito a partir da técnica de torra francesa (escura), tem 12 pontos na escala de intensidade. O calor na torrefação faz com que a bebida final tenha notas de chocolate.
Para que esses 3 cafés especiais cheguem da forma mais perfeita ao consumidor final, a Café Solo instalou moinhos para moer o grão na hora. No Machado Aeroporto, supermercado recém inaugurado, foram instalados dois moedores. O consumidor escolhe qual café quer, um atendente processa os grãos na hora e o pó é devolvido para embalagem original, que tem um “fecho hermético” que evita a oxidação pelo contato com o ar.
Embora seja um produto repleto de processos especiais do começo ao fim, a linha de Cafés Especiais não carrega o preço habitualmente praticado por quem estampa um “selo Gourmet”. As embalagens com um quilo de café, tem um preço de gôndola na casa dos R$ 28,00. Em Sinop, cafés “comuns” são vendidos na casa dos R$ 11,00 as embalagens com 500g. “Essa linha especial tem apenas embalagens de 1kg de propósito. Com um quilo a pessoa vai conseguir aprender a fazer o nosso café da maneira que mais gosta, vai consumir diariamente e ajustar a sua receita. Quem estava acostumado com os cafés comerciais, quando experimentar nossa linha especial, dificilmente voltará a comprar outro café”, desafiou Vinicius.
Com grão de origem vencedora, experiência na torrefação e preço acessível, em breve esse novo produto deve ganhar mais mercado.
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