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Sinop

Iniciativa de cirurgião salva paciente

Sem um diagnóstico esclarecedor, médico optou pela cirurgia, revertendo quadro que levaria a morte

Geral | 13 de Janeiro de 2018 as 14h 05min
Fonte: Jamerson Miléski

Erros médicos e casos de negligência na saúde ganham manchetes com frequência nos noticiários de todo país. O oposto, quando ocorre uma intervenção precisa de um profissional da saúde, é algo mais raro de virar notícia. A tragédia gera audiência embora, na saúde, todos torçam para não ser apenas uma estatística.

Poderia ser o caso de Omércio Ferreira, de 52 anos, representante comercial em Sinop. Ele chegou a recepção do Hospital Santo Antônio na noite do dia 22 de novembro de 2017. Seu quadro clínico era o mais genérico possível: dor no abdômen. Tal condição classificava Omércio como um forte candidato a aguardar horas na fila de espera por qualquer atendimento – especialmente no SUS. Não havia urgência aparente.

Omércio acabou passando a noite no Hospital. Na manhã do dia 23 foi atendido por um especialista. O médico Juliano Berticelli avaliou o paciente, encaminhando alguns exames, com urgência. Pelo fato de ter apresentado sangramento intestinal, Omércio foi submetido a uma endoscopia, que não detectou nada de anormal. Posteriormente foi encaminhado para o CISA, o Centro de Imagens do Santo Antônio, que conta com uma avançada estrutura para diagnóstico por imagens. Uma tomografia computadorizada, com uso de contraste, foi feita em Omércio, afim de detectar o problema em seu abdômen. “Eu havia tomado uma grande quantidade de contraste para o exame. Não apareceu nada além de distensão intestinal. Eu não suportava mais a dor. Sentia gosto de fezes na boca, como se meu estômago estivesse cheio de excremento”, lembra o representante comercial.

Frente a imprecisão do diagnóstico, o médico poderia ter protelado a situação, feito um novo diagnóstico ou simplesmente ter repassado o paciente para “frente”, deixando o caso para outro especialista. A diferença dessa história é que o profissional não delegou a responsabilidade e tomou uma iniciativa.

O Dr. Juliano decidiu operar Omércio. Às 15h do dia 23 o paciente entrou no centro cirúrgico. Juliano fez uma incisão de aproximadamente 25 centímetros no abdômen de Omércio, expondo suas entranhas em busca do problema. Durante o procedimento, o cirurgião descobriu o problema do seu paciente.

Omércio estava com um quadro de intussuscepção ileal, um tipo de obstrução no final do intestino delgado que ocorre quando um segmento intestinal se invagina com outro. É, basicamente, uma dobra do intestino encaixando na outra, causando um bloqueio sem deixar uma marca que pudesse ser percebida através dos exames por imagem.

A intussuscepção ileal é relativamente comum entre as crianças, mas raramente acomete adultos. O que ocorreu com Omércio é um caso em um milhão. “Se não fosse a decisão do médico de me operar imediatamente, provavelmente eu não estaria vivo”, comenta Omércio.

A intervenção precisa, rápida e “humana” do cirurgião foi o fator determinante para que o representante comercial conseguisse hoje, contar essa história.

Omércio recebeu alta no dia 27 de novembro. Ele ainda tem cuidados pós-operatórios, mas está bem. Na primeira semana de janeiro ele procurou o GC Notícias para contar o ocorrido. Seu desejo era enaltecer o profissionalismo do médico que o atendeu e lembrar que, apesar de muitas críticas, existem os profissionais da saúde verdadeiramente comprometidos. “A atenção do Dr. Juliano não acabou com a cirurgia. Ele foi cuidadoso durante todo meu período de recuperação. Quando surgiram dúvidas sobre o pós-operatório eu liguei em seu celular e fui atendido. Ele fez muito mais que sua obrigação como médico”, conta Omércio.

O caso desse representante comercial, que foi salvo pela iniciativa profissional de um médico através do SUS, reascende a credibilidade e a esperança que as pessoas depositam em quem opera a saúde.