Corrente da polêmica
Instituições repudiam liberação de correntão
Agentes do Ministério Público e representantes de órgãos ambientais veem medida como retrocesso
Geral | 11 de Agosto de 2016 as 09h 36min
Fonte: Redação com Assessoria
Representantes de instituições que atuam na defesa do Meio Ambiente aprovaram, na 1ª Reunião de Trabalho em Defesa da Fauna Silvestre no Estado de Mato realizada na última sexta-feira, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, nota de desagravo ao Decreto Estadual que retira a proibição de uso de agrotóxicos das Unidades de Conservação e moção de repúdio à revogação da proibição do uso do “correntão”, utilização de correntes presas por tratores, para derrubada da vegetação nativa. A referida técnica causa sérios danos e prejuízos à fauna e flora.
Também foi proposta a criação de uma agenda de discussão para planejamento da implementação e gestão do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Programas ambientais de proteção da fauna silvestre também deverão ser elaborados. Segundo o titular da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística , procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, esses foram apenas alguns dos apontamentos feitos durante a reunião.
“Duas discussões centrais nortearam os trabalhos, em um primeiro momento debatemos a situação do zoológico da UFMT e depois a gestão de animais silvestres de uma maneira geral. A reunião foi bastante produtiva e alguns pontos abordados servirão de subsídio ao procedimento já instaurado no Ministério Público Federal sobre o zoológico”, informou o procurador de Justiça.
Ele explicou que o zoológico da UFMT foi embargado pelo Ibama em 2009 e, desde então, está proibido de receber novos animais. Atualmente, o local conta com 900 espécies, entre aves, répteis e mamíferos. A reitora Maria Lúcia Cavalli Neder destacou que o espaço foi criado de forma espontânea sem nenhum planejamento de recurso público. “A UFMT não tem recurso para gerir o zoológico. A nossa proposta é que o local se torne um centro de pesquisa e estudo de animais silvestre, com um número reduzido de animais para conservação da fauna”, destacou.
Entre as sugestões apresentadas durante a reunião estão a transferência do zoológico para o Estado ou município; transformação do referido espaço em centro de pesquisa, ensino e extensão; busca de captação de recursos internacionais para a sua manutenção e a destinação de recursos oriundos de transações penais para as adequações necessárias. “Eventuais recursos deverão ser aplicados na construção de um novo zoológico, pois o atual é pequeno e está contaminado pois recebe esgoto dos bairros vizinhos à UFMT”, ressaltou a reitora.
A 1ª Reunião de Trabalho em Defesa da Fauna Silvestre no Estado de Mato Grosso foi realizada pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal. Participaram das discussões, representantes de várias instituições, entre elas, Judiciário, Ibama, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Polícias Civil, Federal e Militar, Corpo de Bombeiros , UFMT e Conselho Regional de Medicina Veterinária.
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