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Águas passadas

Morosidade da Sema ameaça cronograma da Usina de Sinop

Empresa aguarda apenas a Licença de Operação para começar encher o lago

Geral | 19 de Novembro de 2018 as 19h 14min
Fonte: Jamerson Miléski

Desde o dia 1º de setembro, a Sinop Energia está tecnicamente pronta para iniciar o processo de enchimento do lago que movimentará as turbinas da UHE Sinop. A empresa responsável pelo empreendimento aguarda apenas a liberação da LO (Licença de Operação), para começar a formar o reservatório.

É o que explica o diretor de Meio Ambiente da Sinop Energia, Ricardo Padilha. Segundo ele, o processo já foi encaminhado para Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente). Sem uma posição do órgão, o cronograma do empreendimento fica mais distante a cada chuva que cai. “A formação do lago não é um processo simples. Depende do volume de chuvas e da qualidade da água desse reservatório. Existem cálculos específicos que determinam quanto da água pode ser retida. Hoje, com as variáveis que possuímos, podemos dizer que dificilmente iniciaremos a geração de energia no prazo previsto”, revela Padilha.

A expectativa da UHE Sinop era girar a chave dos geradores no dia 31 de dezembro de 2018. Conforme Padilha, para esse prazo ser cumprido, a Sema precisa liberar a licença até a próxima semana e, ainda assim, a natureza precisa colaborar. “O pior dos cenários seria uma demora ainda maior na aprovação da licença. Digamos que em função dessa troca de governo e outros problemas a licença só seja expedida em fevereiro. Nesse caso, muito provavelmente perderíamos a janela hidrológica e atrasaria o início da geração de energia para o segundo semestre de 2019”, afirma Padilha.

O diretor de Meio Ambiente não quer “atropelar” o processo, mas acredita que existe uma “temporalidade” a ser respeitada. Segundo ele, houveram vários momentos para se discutir, tecnicamente os procedimentos adotados pela UHE Sinop. No entanto, só agora, na reta final do empreendimento, alguns apontamentos estão sendo feitos.

A fala faz menção a CPI instaurada pela Câmara de vereadores e também a abertura da Promotoria de Justiça da Bacia Hidrográfica do Teles Pires – criada em 13 de novembro com o intuito de centralizar a ação do Ministério Público referente aos recursos hídricos, em especial, a usina de Sinop.

Padilha frisa que a parte técnica que cabia a Sinop Energia está concluída. Além das obras físicas, o diretor cita que 100% da supressão vegetal, das indenizações e dos deslocamentos dos atingidos já foram executados. A companhia pagou R$ 480 milhões em indenizações e existe uma única situação em litígio, na Gleba Mercedes. “O plano de instalação da UHE Sinop previa 41 programas para mitigação dos impactos sociais, ambientais e econômicos. Todos foram implantados e alguns continuam mesmo após o início da geração de energia. A parte da Sinop Energia foi feita”, completa o diretor.

A Usina Hidrelétrica Sinop está sendo construída no Rio Teles Pires. Sua barragem está situada nos municípios de Cláudia (margem direita do rio) e Itaúba (margem esquerda). O reservatório abrangerá os municípios de Cláudia, Itaúba, Ipiranga do Norte, Sinop e Sorriso. Cerca de R$ 3,2 bilhões foram investidos na unidade. A planta conta com uma Casa de Força com duas turbinas/geradores e potência instalada de 408 megawatts (MW). O reservatório terá 342 quilômetros quadrados (km²) de área inundada.

A energia elétrica gerada pela UHE Sinop atenderá o consumo de 1,6 milhão de pessoas, equivalente a 50% da população do Estado do Mato Grosso.