Sinop
Mulheres de presos protestam contra abusos no presídio
Esposas e mães dizem que os detentos estão sendo tratados como animais
Geral | 26 de Abril de 2016 as 11h 52min
Fonte: Jamerson Miléski
Um grupo de aproximadamente 20 mulheres tenta mobilizar as autoridades competentes e chamar a atenção da população para o que vem ocorrendo dentro do Presídio Ferrugem, em Sinop. São esposas e mães de detentos que cumprem pena na penitenciária buscando condições mais “humanas” para seus familiares privados de liberdade.
Essas mulheres expuseram a sua condição durante a sessão da Câmara de vereadores dessa segunda-feira (25). Também procuraram o poder judiciário através da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Ministério Público. Os relatos das esposas e mães dos presos são acompanhados de um pedido de ajuda. Segundo elas, se nada for feito, uma rebelião será feita no presídio.
O GC Notícias conversou com o grupo de mulheres que esteve na Câmara. Elas trouxeram duas cartas escritas pelos presos narrando os descontentamentos de quem cumpre pena no Ferrugem. As duas queixas principais envolvem as visitas e os preços do “mercadinho” que funciona dentro do presídio.
A esposa de um dos detentos, que cumpre pena há um ano e 8 meses, visita seu marido todos os domingos. Ela e os familiares dos demais presos ficam em um espaço chamado de “Ponto de Encontro”, uma área com aproximadamente 40 metros quadrados que chega a receber mais de 60 pessoas no dia de visita. Apenas parte desse espaço é coberto. As mulheres dos presos reclamam que o local é imundo e o único banheiro disponível não funciona. Os presos e os familiares querem que as visitas possam ser recebidas nas celas – como era feito até o ano de 2014.
Também há queixa quanto as “visitas íntimas”, que acontecem aos sábados, até duas vezes por mês. Os encontros entre os casais ocorrem em uma sala separada, utilizada de forma coletiva por aproximadamente 150 presos que dividem o mesmo colchão. A direção não tem permitido que as mulheres levem seus lençóis para o espaço. Recentemente, contam as esposas dos detentos, as visitas íntimas estão sendo cortadas. “A gente sai de casa, vai até o presídio que fica longe para ver o marido, chega lá, fica esperando e depois dizem que não vai ter visita”, comenta uma das mulheres. Os presos querem que a visita íntima volte acontecer nas celas.
Além do desconforto nas visitas, os presos também reclamam, através das suas mulheres, dos preços do mercadinho que funciona dentro do Ferrugem. Desde 2015 foi proibido entrar no presídio com qualquer tipo de produto seja alimentício, de limpeza ou higiene pessoal. Isso ocorreu após diversos flagrantes de familiares que tentavam levar drogas para dentro do presídio através desses produtos. De pacotes de bolacha recheadas com maconha a sabão em barra com pasta base foram bloqueados pelos agentes prisionais.
Para suprir a necessidade dos preços foi instalado um “mercadinho” no Ferrugem. As famílias repassam os valores para os preços que podem comprar o que precisam no mercadinho, administrado pelos agentes prisionais. São 104 itens a disposição dos presos (desde creme de leite até amaciante de roupas, cigarros e lâmpada florescente). Para as esposas dos presos, os preços do mercadinho são abusivos. “Tem coisas que é o dobro do preço lá dentro [Ferrugem], que aqui na rua. Ou corrige esses valores abusivos ou deixem a gente levar as coisas daqui de fora”, comentou outra esposa de um detento.
Lista de preços do "mercadinho":
Os presos também pedem um apoio de saúde na unidade prisional. A queixa é de que não existem medicamentos para quem fica doente dentro do Ferrugem e que os remédios enviados pelos familiares, na maioria das vezes, não são entregues pelos agentes carcerários.
Existe ainda uma queixa específica dos presos do antigo Raio Vermelho do Ferrugem, que foi desativado. Esses detentos, que apresentam baixo grau de periculosidade, foram colocados junto aos da ala evangélica. No entanto, elas não se identificam com a religião. A maioria é fumante e na ala evangélica o cigarro não é permitido. Eles pedem um novo espaço, que não seja nem entre os crentes, nem com os demais presos “perigosos” da penitenciária.
Violência, abuso e maus tratados
Além dos pedidos apresentados, as esposas e mães dos presos relataram casos de agressão física e psicológica contra os presos. Segundo elas, são fatos que se tornaram mais frequentes nas últimas 3 semanas, após a mudança na direção do presídio.
As esposas disseram que praticamente tudo que os presos tinham nas celas foi tomado. Ventiladores, televisão, rádios, lençóis, roupas, os itens de higiene pessoal e até os potes plásticos teriam sido confiscados pela direção do presídio. Os pertences teriam sido jogados no lixo e queimados (conforme as fotos feitas por elas). “Tem presos que a família não é daqui. Eles estão pelados nas celas. Não tem nem a roupa do corpo. Aqueles que tinham alguma coisinha perderam tudo. Ninguém devolveu nada para as famílias. Simplesmente jogaram fora”, disse uma das esposas.
Uma das mulheres também disse que a maioria dos presos estão machucados. “É spray de pimenta e bala de borracha direto. Depois trancam no isolamento. Eles estão sendo espancados”, revelou a mulher.
Segundo elas, se uma intervenção não for feita pelos órgãos competentes, os presos irão organizar uma rebelião. “Eles não querem motim, mas não sabem mais o que fazer”, comentou.
O GC Notícias tentou entrar em contato com o diretor do Presídio Ferrugem mas não obteve sucesso.
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