Paciente agride e quebra dedo de médica em posto de saúde

Mulher insistia em receber uma receita para medicamento de uso controlado sem passar por avaliação

A médica teve o dedo médio fraturado e terá que passar por uma cirurgia. A profissional foi agredida por uma paciente S.F, moradora do Jardim Vitória Régia, dentro de uma unidade de saúde em Sinop, na tarde desta quinta-feira (14).

A agressão ocorreu durante o atendimento. A paciente insistia para a médica que precisava de uma receita para Fenobarbital, um medicamento de uso controlado, anti-convulsivante, utilizado para o tratamento de problemas neurológicos. A médica explicou que para prescrever a medicação seria preciso fazer uma avaliação, atestando a necessidade e aplicação do remédio, informando que não poderia simplesmente tirar a receita. “Essa é uma norma da secretaria. Os casos que envolvem a prescrição de medicação de uso controlado precisam passar por uma avaliação que comprove o seu uso e necessidade. Em geral são medicamento psicoativos, de difícil aquisição e que justamente por isso fazem parte da lista de uso controlado”, explicou o secretário de Saúde, Manoelito Rodrigues.

A médica estava fazendo o atendimento de gestantes e informou para paciente que faria a sua avaliação assim que terminasse as consultas e, caso fosse necessário, prescreveria o medicamento. A paciente relutou, disse que não queria passar por consulta, queria apenas a receita. Ao negar a receita sem a avaliação, a médica passou a ser agredida pela paciente. A mulher tomou o prontuário das mãos da profissional e bateu contra o balcão de pedra da unidade de saúde, fraturando o dedo médio.

Segundo o secretário de saúde, um boletim de ocorrência foi registrado narrando a agressão. A paciente terá que responder criminalmente e será processada na esfera civil. Possivelmente a mulher terá que indenizar a médica pelo período que ficará afastada das funções. “Existe uma grande mobilização nacional alertando para os casos de agressão aos profissionais de saúde. Esse é um problema frequente, mais comum do que se imagina, e que muitas vezes fica em silêncio. O que ocorreu com a médica em Sinop foi um caso extremo, mas existem muitos outros em que a agressão é verbal e psicológica. Quando um funcionário agride um profissional da saúde, quem perde é a população”, comentou Manoelito, ressaltando que o município dará total amparo para a profissional de saúde.

A médica faz parte da rede municipal de saúde pública e também faz plantões na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Após a confusão, a paciente foi encaminhada para outro médico da unidade, passou pela avaliação e recebeu o receituário para o remédio de uso controlado.