Sinop
Pacientes do Hospital Regional quase ficam sem comida
Após dois meses sem receber, empresa que faz a alimentação ameaça suspender o fornecimento
Geral | 23 de Julho de 2015 as 17h 44min
Fonte: Jamerson Miléski
Mais uma vez a direção do Hospital Regional de Sinop conseguiu conter os problemas de atraso nos pagamentos feitos pelo Governo do Estado e manter o funcionamento da unidade. Desta vez, a dificuldade foi com a empresa contratada para fornecer a alimentação aos pacientes do Hospital.
Com aproximadamente 2 meses de empenho atrasado e cerca de R$ 500 mil para receber do Estado, a Churrascaria Galpão Gaúcho anunciou, na semana passada, que paralisaria o serviço. O comunicado foi enviado para o interventor do Hospital, Wanderson Aristides no dia 14 de julho e a suspensão do fornecimento aconteceria no dia 17 – sexta-feira passada.
A direção conseguiu convencer a empresa a manter o abastecimento. Segundo Wanderson, ontem, quarta-feira, apenas parte das refeições foram entregues. “Não chegou a gerar problemas, os pacientes não ficaram sem alimentação. Os pagamentos começaram a ser liberados no mesmo dia [quarta-feira] e a empresa já regularizou a entrega das refeições”, explicou o interventor da unidade.
O Hospital paga R$ 9,00 por cada refeição entregue. São aproximadamente 1.000 refeições por dia, número que varia conforme a quantidade de pacientes internados. Mensalmente, cerca de R$ 260 mil são repassados para o restaurante.
Praticamente todos os serviços do Hospital, de lavanderia a equipe médica e UTI, são terceirizados. A estratégia de administração dá agilidade e lastro para fazer os pagamentos sem que haja a suspensão dos serviços. Mas tudo precisa passar pela avaliação do Estado antes que qualquer pagamento seja feito.
E é isso que tem causado os atrasos dos pagamentos dos fornecedores. Segundo Wanderson, o Hospital Regional de Sinop encaminha cerca de 300 processos de pagamento por mês. Cada processo passa por uma auditoria de um grupo formado por diferentes profissionais, tramita pela secretaria para então passar pelo financeiro do Estado que fará o pagamento. Somam-se aos processos do Hospital de Sinop todos os pagamentos do Hospital Regional de Sorriso, Colíder, Alta Floresta e o metropolitano de Várzea Grande, todos em intervenção. “É por isso que os pagamentos do Estado tem atrasado. Parte dos fornecedores já conseguiram se adequar a esse ritmo e ajustar seus serviços aos prazos de recebimento. É um pagamento que demora, mas é mais seguro tanto para quem paga, como para quem contrata o serviço, no caso o interventor”, enfatiza Wanderson.
Neste ano o Hospital Regional de Sinop já teve atrasos nos pagamentos que pré-anunciaram a suspensão no fornecimento dos combustíveis para as ambulâncias e da empresa que administra a UTI.
Com o final da intervenção, esperada para outubro, o Hospital Regional de Sinop passará a ser administrado pelo consórcio regional, formado por 15 prefeituras. A tendência é de que nesse modelo o sistema de pagamento aos fornecedores seja mais ágil.
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