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Mato Grosso

Pesquisadores descobrem 6 sítios arqueológicos em território indígena em MT

Foram encontradas cerâmicas de ancestrais da etnia Apiaká e cavernas com pinturas rupestres

Geral | 05 de Setembro de 2017 as 13h 56min
Fonte: André Jablonski

Pinturas encontradas em pedras vão ser analisadas pelos pesquisadores | (Foto: Saulo Augusto de Moraes/ Arquivo pessoal)

Seis sítios arqueológicos foram descobertos no município de Apiacás, a 494 km de Sinop, durante uma expedição realizada por pesquisadores no mês passado. A viagem foi organizada pelo Instituto Ecuman e pelo Museu Vale do Arinos após índios da aldeia indígena Matrinxã, e moradores informarem sobre a existência de cavernas com gravuras rupestres naquela região.

A pesquisa ainda está em fase preliminar, mas, de acordo com o coordenador do Museu, Saulo Augusto de Moraes, são áreas de alta relevância para a arqueologia de Mato Grosso.

“Muitas pessoas passam por aquela região e contam histórias. Nosso trabalho é parecido com uma investigação policial, precisamos coletar elementos que comprovem a veracidade”, contou.

Além dele, a bióloga Rosalia de Aguiar Araújo, o coordenador local da Fundação Nacional do Índio (Funai) e dois caciques da etnia Apiaká participaram da expedição, que teve duração de quatro dias. Segundo Saulo, a presença de representantes indígenas é essencial para o acesso a esses territórios.

Ao todo, cinco cavernas foram localizadas na região da aldeia Matrinxã. No entanto, o coordenador do Museu explicou que a própria aldeia é um território histórico, pois foi habitado por ancestrais da etnia Apiaká.

“É uma aldeia que está em fase de construção. Eles ainda estão se preparando para construir as ocas, mas encontramos cerâmicas que datam os primeiros momentos daquela região e vamos analisá-las”, explicou.

Nas pedras, no interior das cavernas, foram encontradas, além de gravuras e cerâmicas, sinais de manchas pretas de combustão causadas por fogo, que dão indícios de que os locais eram usados como abrigos de povos pré-coloniais, que habitaram a região há cerca de 500 anos.

Saulo explicou que a ONG, da qual ele também faz parte, tem conhecimento da existência de mais cavernas naquele território, porém, o estudo e expedições para localizá-las são prejudicados pela falta de recursos.

Para ele, a riqueza antropológica e arqueológica de territórios de Mato Grosso é indiscutível, pois a existência de sítios com a presença de pinturas rupestres como existe no estado é rara.

“Em breve, acreditamos que Mato Grosso será usado como referência no assunto. No Museu, temos registros de fósseis, cerâmicas e gravuras encontrados em todo o estado. É uma riqueza impressionante”, avaliou.