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Ressocialização

Presos de Mato Grosso estão lendo livros

Título mais procurado da biblioteca da penitenciária é “Quem mexeu no Meu Queijo”

Geral | 17 de Agosto de 2015 as 16h 02min
Fonte: Redação com assessoria

“Remição pela Leitura”. Esse é o nome do projeto que está sendo desenvolvido no Sistema Penitenciário de Mato Grosso. O programa que iniciou em 2013 conta com 1.628 detentos e um acervo com mais de 300 obras. Alguns presos ostentam a marca de 25 livros lidos nesse período.

O bibliotecário do Centro de Custódia da Capital é um dos internos. E.G.R, que está há três anos do CCC, ajudou a formar o acervo e sistematizou os empréstimos. Em liberdade, ele atuou como pedagogo por 35 anos e alfabetizou muitos alunos, por isso vê na atividade bibliotecário a que mais se assemelha à realidade em que vivia. Segundo ele, o título mais procurado na unidade é “Quem mexeu no meu queijo?”, de Spencer Johnson – que retrata justamente as buscas incessantes que cada um faz para atingir seus objetivos e as mudanças inesperadas que acontecem na vida.

Entre os participantes do projeto, os títulos mais solicitados são os de ficção, auto ajuda e jurídico. Os detentos participam do programa de forma voluntária. São disponibilizadas obras literárias adquiridas ou doadas às unidades penitenciárias locais. Os livros são lidos em um prazo de 21 a 30 dias e, ao final do período, uma resenha de próprio punho é apresentada pelo interno à Comissão Pedagógica de cada instituição penitenciária, que é responsável por corrigir os trabalhos. Após a avalição, a resenha é encaminha ao juiz de execução penal que analisa a remissão da pena. No total, o recuperando pode remir até 48 dias em 12 meses, sendo quatro dias para cada obra lida e resenhada.

De acordo com o Núcleo de Educação da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP), 7 unidades penitenciárias implantaram o projeto o Mato Grosso: as Cadeias Públicas de Alta Araguaia, Aripuanã e Barra do Garças; o Centro de Ressocialização de Várzea Grande; o Centro de Detenção Provisória de Lucas do Rio Verde; Centro de Custódia da Capital; e a Penitenciária de Água Boa.

Instituído pela Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso, o projeto atende ao disposto na Lei de Execuções Penais, no que se refere à assistência educacional aos reeducandos custodiados nas respectivas unidades. A implantação do projeto é definida pelo juiz de cada comarca.

As comissões com finalidade pedagógica precisam de no mínimo quatro participantes, sendo compostas por servidores das Unidades Prisionais especialistas em assistência penitenciária, membros dos Conselhos da Comunidade, integrantes das APACs Estaduais (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) e membros de instituições parceiras (religiosas, assistenciais e educacionais).