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Sinop

Reformar o Sistema Prisional para que o preso só durma na cadeia

Representante do Sindicato dos Servidores Penitenciário diz que sem mudança não haverá segurança

Geral | 09 de Setembro de 2015 as 11h 59min
Fonte: Jamerson Miléski

Vestindo seus uniformes negros, farda completa, inclusive empunhando armas, os servidores do Sistema Prisional de Mato Grosso que atuam na cidade de Sinop ocuparam os espaços no auditório da Câmara de vereadores durante a sessão desta segunda-feira (09). Foi aberto o uso da tribuna livre da Casa de Leis para o representante do sindicato da categoria, Divino Diolindo Almeida. Com a propriedade de quem vive o sistema prisional por dentro, Divino enfatizou a necessidade de promover transformações na forma como o Estado trata os presos. E o foco dessa mudança, afirma o servidor, é fazer o preso pagar a conta. “Temos uma multidão de homens, em Mato Grosso, fortes, sadios, que não estão fazendo nada. Passam o dia as custas do Estado. Recebem comida, atendimento médico e psicológico, benefícios que na maioria das vezes não chega para o cidadão que está fora da cadeia trabalhando”, discursou o agente prisional.

Divino citou como exemplo os números do Presídio Ferrugem, em Sinop. Segundo ele, ficam a disposição dos quase 800 internos 7 profissionais de nível superior da Assistência Social, 3 psicólogos, 2 dentistas e 5 médicos. “As vezes a gente vê bairros que não possuem um médico. O preso tem que ter esse atendimento, mas precisa pagar por ele”, argumenta.

Além dos profissionais que ficam a disposição para o atendimento dos presos e os demais colocados para garantir a segurança deles e contra eles, o Estado gasta por ano com o Ferrugem cerca de R$ 4,7 milhões na alimentação dos presos. “Os presos precisam dar a sua contrapartida”, justifica o agente penitenciário.

Para Divino, as cadeias de todo o Estado deveriam ser transformadas me dormitórios, onde o detento chega ao final do dia, depois de cumprir com a sua jornada de trabalho e entra em sua cela. O agente justifica que a vida das pessoas não é diferente: tem o trabalho e ao final do expediente vão para casa – porque suas condutas lhes garantiram a liberdade. Os criminosos condenados perderam apenas o direito de liberdade. “Não estamos falando de meia dúzia de presos com bom comportamento trabalhando para ter redução de pena. Estamos falando em uma mudança na legislação para que todos os presos trabalhem. Que façam obras públicas, que ajudem na manutenção das estradas ou que façam a limpeza das ruas das cidades. É o que eles podem fazer para pagar a sua comida e seu médico”, argumentou Divino.

Mato Grosso tem uma população carcerária de aproximadamente 9,6 mil presos em todo o Estado. Cada detento custa para os cofres do Estado cerca de R$ 50,00 por dia. Ou seja, essa população inerte consome mais de R$ 14,4 milhões por mês. Em um ano R$ 172 milhões.