Sinop
Saúde em estado de greve
Servidores do Polo Regional fazem inspeção sanitária no próprio ambiente de trabalho
Geral | 02 de Junho de 2015 as 15h 44min
Fonte: Jamerson Miléski
A qualquer momento os servidores da saúde do Estado de Mato Grosso podem paralisar as atividades. A categoria está em estado de greve. Durante esta terça-feira (2), servidores de diversas unidades realizaram manifestações e protestos para alertar o descaso do governo com o setor.
Segundo o diretor do Sisma/MT (Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e Meio Ambiente), em Sinop, Bruno Oliveira, o Estado tem ignorado a pauta de reivindicações e negado qualquer possibilidade de negociação. O servidor explica que o sindicato protocolou no dia 5 de janeiro, assim que o novo governo assumiu, um documento reivindicatório, com 17 pontos. “A principio a vontade era de uma negociação tranquila, amistosa. O governo nos pediu 100 dias. Esse tempo já passou. Convocamos uma nova reunião para discutir os pontos e o Estado não nos atendeu. Os servidores da saúde estão em estado de greve e a qualquer momento podem deflagrar a paralisação”, informou o diretor do Sisma em Sinop.
Dos 17 pontos, 3 são considerados cruciais pela categoria. Os servidores pedem o fim do modelo de gestão por OSS (Organização Social de Saúde), implantado no governo Silval Barbosa (PMDB), para a gestão das unidades hospitalares no interior do Estado. A pauta de greve também enfatiza a necessidade de fazer um concurso público para a saúde, o que não acontece há 13 anos. “Este ano mais de 700 servidores concursados devem se aposentar e precisarão ser substituídos. Sem concurso público o Estado contrata por CLT ou em caráter temporário, o que precariza o serviço público e compromete a estabilidade futura dos concursados e suas aposentadorias”, explica Oliveira.
O terceiro ponto mais relevante diz respeito ao ambiente de trabalho e a condição física das estruturas onde operam os servidores da saúde.
Polo precário
Uma das atribuições do Polo Regional de Saúde é fazer o estudo situacional dos estabelecimentos onde funcionam empresas privadas e órgãos públicos. É uma espécie de vistoria da Vigilância Sanitária, para saber se as normas mínimas de segurança e sanitariedade são respeitadas. Os servidores decidiram fazer isso no próprio local onde trabalham.
O estudo situacional revelou o óbvio: estrutura precária, com banheiros insuficientes, falta de bebedouros e sem condições de passar pelo crivo da vigilância sanitária. Esse documento foi protocolado na tarde de terça-feira no Ministério Público de Sinop. “É uma forma que encontramos do Ministério Público tomar conhecimento da situação em que estes servidores públicos estão trabalhando”, explicou o diretor.
No Polo de Saúde de Sinop são 80 servidores.
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