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Caos da saúde

Sem recursos, Hospital de Sorriso tenta não fechar as portas

Comida e gases medicinais só duram até quinta-feira. Estado vai repassar R$ 54 mil

Geral | 23 de Maio de 2017 as 11h 20min
Fonte: Jamerson Miléski

| Luis Fábio

Com lágrimas nos olhos, o diretor clínico do Hospital Regional de Sorriso, Roberto Yoshida, anunciou que o estoque de alimentos para preparação das refeições dos pacientes internados na unidade está prestes a acabar. Os gases medicinais, como oxigênio utilizado nas UTI’s, são suficientes até quinta-feira (25). Sem dinheiro e com dívidas junto aos fornecedores, o Hospital está prestes a fechar suas portas. “Na quarta-feira a comida vai estar no estoque zero e vamos servir o que? Água com barro? Na sexta-feira o gás medicinal também vai acabar, então aqueles pacientes que estão na UTI, que vão precisar de centro cirúrgico, de UTI neo natal, pacientes que precisam de oxigênio na enfermaria… o que vamos fazer?”, desabafa Yoshida.

A direção da unidade inicia um plano de emergência para transferir os pacientes internados para outros Hospitais do Estado. Na manhã desta terça-feira (23), lideranças de 15 municípios da região atendida pelo Hospital estiveram reunidas para discutir estratégias afim de evitar o fechamento total da unidade.

No dia 10 de maio, 71 médicos que integram o corpo clínico assinaram um oficio anunciando a paralisação parcial do Hospital Regional por falta de recursos. No documento a equipe atestava o atraso de 3 meses no repasse de recursos referentes ao custeio dos serviços. A direção pede o pagamento dos repasses atrasados e a destinação de mais dinheiro para contratação de profissionais em caráter temporário para atender a superlotação.

Governo garante migalhas

O governo do Estado respondeu a situação de emergência do Hospital Regional de Sorriso com um “trocado” para o lanche. Para conter o problema da falta de alimentos para os pacientes internados, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou por nota que está liberando nesta segunda-feira (22) o valor de R$ 54 mil para o pagamento de um fornecedor de alimentos para o Hospital. “Como a SES já havia informado anteriormente, a nota fiscal foi emitida em março deste ano, mas a direção do hospital somente enviou a nota para o financeiro da SES neste mês de maio. Uma nota fiscal de outro fornecedor de R$ 13,4 mil enviada este mês, também referente a março, está pendente de pagamento porque faltou uma certidão, que já está sendo providenciada pela direção para que o valor seja pago”, relatou a secretaria de Saúde do Estado em nota.

Outra pendência, na avaliação do Estado, é referente a lavanderia. A secretaria informou que houve um entendimento para que os serviços sejam mantidos, já que até sexta-feira parte do valor pendente será quitado. “A SES também informa que está fazendo levantamentos dos pagamentos feitos aos fornecedores no período de janeiro e fevereiro mediante bloqueio judicial de R$ 3.142.082,33 para que não haja pagamento em duplicidade, já que a quitação dos débitos é feita diretamente pela direção do hospital”, complementou.

Os pagamentos darão sobrevida de mais algumas semanas para a unidade, que continuará trabalhando no limite da precariedade. 

Veja o vídeo do diretor do Hospital de Sorriso: