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Disputa Aérea

Sorriso tenta pegar caminhão AP2 do aeroporto de Alta Floresta

Veículo de combate a incêndio viabilizaria voos com aviões para 110 passageiros

Geral | 17 de Agosto de 2015 as 15h 34min
Fonte: Jamerson Miléski

Uma articulação dentro da SAC (Secretaria de Aviação Civil), colocou dois municípios de Mato Grosso em pé de guerra. Sorriso, no centro norte do Estado, e Alta Floresta, mais ao Norte, estão disputando por um caminhão AP2, utilizado para o combate de incêndio em aeroportos, com mais de 10 anos de uso.

Alta Floresta possui dois caminhões do tipo. Um mais novo, com 2 anos de uso, e um importado, mais antigo, porém com maior capacidade para armazenamento de água/espuma. É exatamente esse o caminhão que a prefeitura de Sorriso pretende trazer para seu aeroporto.

A articulação foi feita pelo deputado federal Valtenir Pereira (PROS). Ele havia conseguido junto a SAC um caminhão AP2 novo para a cidade de Sorriso. No entanto, o equipamento, devido a capacidade do seu tanque, limitava a operação do aeroporto à aeronaves até 70 passageiros.

Foi então que Valtenir tentou promover a troca, enviando o caminhão novo para Alta Floresta e trazendo o antigo para Sorriso. Foi o suficiente para deixar a cidade em polvorosa. O assunto ganhou os noticiários locais, virou embate na Câmara de vereadores e correu pela população local. “O caminhão só sairá daqui se for por cima de mim”, disse o prefeito de Alta Floresta, Aziel Bezerra (PMDB). “Se esse equipamento sair do aeroporto de Alta Floresta, nós vamos, na próxima inspeção, ser rebaixados de categoria, o que isso significa? Implica que nos não teremos mais voos de avião a jato”, afirmou o vereador Rogerio Colicchio (PT).

O deputado disse que foi mal compreendido. Segundo Valtenir, enviar um caminhão novo para Alta Floresta seria um “presente”, pois reduziria a necessidade de manutenção em curto prazo e resolveria o problema de Sorriso sem prejudicar o aeroporto de Alta Floresta. “Já consultei a SAC e eles nos garantiram que não muda a categoria do Aeroporto [de Alta Floresta] com a troca”, revelou.

A troca seria feita entre as prefeituras. Assim que o caminhão novo chegasse a Sorriso, a prefeitura deslocaria o veículo até Alta Floresta. No retorno, traria o AP2 antigo do aeroporto para Sorriso. “Seria um troca, sem perdas para ninguém”, afirma Valtenir.

O caminhão AP2 que está em Alta Floresta tem um custo de manutenção na casa dos R$ 60 mil ao ano. Ônus que seria assumido por Sorriso na troca. Valtenir disse ainda que conseguiu, através da Infraero, a doação de uma esteira para bagagens e um aparelho de Raio-x, a ser instalado em fevereiro de 2016.

Situação dos aeroportos

Segundo o secretário de Indústria e Comércio de Alta Floresta, Claudinei de Jesus, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), realizou na primeira semana de agosto uma inspeção no Aeroporto local e atestou que a estrutura está apta para voos. O município tenta renovar a concessão do aeródromo junto ao Estado e faz correções pontuais na estrutura enquanto aguarda o projeto de reestruturação do aeródromo através do PIL (Programa de Investimento em Logística), do governo federal – o mesmo ao qual Sinop foi contemplado.

O aeroporto opera com um voo comercial diário da Azul, fazendo o trecho Cuiabá, com saída as 14h. Há um segundo voo, da mesma empresa, que chega as 22h, na segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira e sai as 7h dos dias seguintes: terça-feira, quinta-feira e sábado.

Recentemente a Passaredo solicitou junto a Anac a permissão para operar o trecho Alta Floresta Sinop.

Já Sorriso tenta emplacar o seu primeiro voo comercial. Com o AP2 permutado com Alta Floresta, o aeroporto conseguiria operar voos de até 110 passageiros. A negociação é com a Azul Linhas Aéreas, que abriria na região mais um trecho: Sorriso Cuiabá. Aeronaves que hoje “dormem” em Cuiabá seria direcionadas para Sorriso, estendendo a rota e aumenta o aproveitamento comercial. “Isso seria bom para região e poderia funcionar como um suporte para o Aeroporto de Sinop. Quando não é possível pousar em Sinop, o voo vai para Sorriso, e vice-versa”, pontuou Valtenir Pereira.

Só recentemente Sorriso conseguiu homologar seu aeroporto na lista da Anac, registrando o aeródromo.