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Tratamento de esgoto em Sinop começa em 2016

Diretor executivo da Águas de Sinop apresenta plano para operação das obras de saneamento

Geral | 24 de Fevereiro de 2015 as 11h 52min
Fonte: Jamerson Miléski

Até o final de 2016, Sinop estará tratando parte do esgoto das casas e comércios. É o que afirma o diretor executivo da Águas de Sinop, José Ailton. Responsável pelas obras de saneamento básico da concessionária que administra o serviço no município, Ailton apresentou na última semana o plano de execução e operação das obras relacionadas a rede coletora e a estação de tratamento. “Dentro de 2 anos estaremos tratando pelo menos 20% dos resíduos produzidos em Sinop”, afirmou o diretor.

As obras começam pela construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). A estrutura será erguida no mesmo local predefinido pelo SAAES (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sinop), no ano de 2011. A maior parte do projeto, bem como as outorgas de uso das águas do córrego Curupi serão aproveitados.

Mas parte do projeto inicial será modificado. Ao invés de uma grande estação de tratamento, como previa inicialmente o SAAES, a concessionária pretende erguer uma segunda ETE. A estação ficará no sentido do aeroporto e o esgoto tratado será despejado no Rio Teles Pires. “Já possuímos inclusive uma outorga da ANA [Agência Nacional das Águas] para essa finalidade, nas proximidades da MT-222”, revelou o diretor da AGER (Agência Reguladora) de Sinop, Juventino Silva.

Conforme o diretor executivo, a ETE Curupi receberá o esgoto de 40% da cidade, atendendo cerca de 50 mil habitantes. O restante será despejado no Teles Pires. “Tecnicamente será o mais viável e evitaremos que a estação de tratamento fique em meio a cidade. São 6 quilômetros de distância até o rio, o que dá viabilidade ao projeto”, explicou.

Os bairros Alto da Glória e Camping Clube terão um sistema isolado, com um pequena estação de tratamento própria. José Ailton estima que aproximadamente R$ 50 milhões sejam investidos nos próximos anos para a operação parcial da rede de esgoto. “A diferença será a celeridade das obras, mais rápidas na iniciativa privada se comparado a gestão pública”, acrescenta.

Pressa prevista em contrato, mas que também interessa a empresa que detém a concessão. Assim que o sistema estiver operando, o valor da tarifa de água dobra para os moradores atendidos pelo esgoto. Assim, a taxa mínima de água, hoje crava em R$ 19,90, passará para R$ 39,80. O valor fixado para o serviço de esgoto é 100% sobre o consumo de água, em um cálculo “lógico” que para cada litro de água consumido, um litro de esgoto é gerado. “Na prática não é assim. Em todo o país, tratamento de esgoto é algo novo. Nas outras unidades que operamos é comum ver as pessoas destinando ‘tudo’ para o sistema de esgoto, desde a água das chuvas até lixo de toda natureza. Aí, um sistema que foi feito para operar com uma capacidade acaba sobrecarregado e deixa de funcionar”, comenta Ailton. “Será preciso fazer um grande trabalho de conscientização”, completa.

Com exceção do Residencial Daury Riva, com mil habitações populares, o restante de Sinop não possui sistema para coleta e tratamento de esgoto. O resíduo é acumulado em fossas sépticas ou comuns, sendo removido por empresas especializadas (privadas) toda vez que atingem o limite da capacidade.

 

Esgoto maldito

Desde 2007 Sinop tenta fazer seu sistema de coleta e tratamento de esgoto. O município chegou a ter recursos disponíveis do BNDES, na ordem de R$ 42 milhões, mas mesmo assim não conseguiu executar a obra. O esgoto rendeu desde embates políticos até a prisão do ex-gestor.

A tentativa “mais bem sucedida” até agora foi em 2011, quando o SAAES tentou fazer a contratação de uma empresa privada, que executaria um sistema capaz de absorver 40% da demanda local. A empresa contratada não conseguiu executar a obra, foi notificada por diversas vezes, teve seu contrato cancelado e teve que pagar multa. O saldo final foi a execução de aproximadamente 18% do contrato: rede de ligação na bacia 5 (parque das Araras e entorno), linha de recalque e uma estação elevatória, que sequer teve seus motores instalados.

Segundo o diretor executivo da Águas de Sinop, o que foi feito não será perdido. “Aproveitaremos 100% das obras físicas já feitas. Estão dentro da norma e serão absorvidas pelo nosso sistema”, afirmou.

Pelo menos assim os R$ 8,8 milhões já desembolsados pelo poder público na primeira etapa do sistema de esgoto não serão perdidos.