Verde, amarelo e branco para sempre

Projeto de lei quer criar uma cor definitiva para os prédios públicos de Sinop

Até hoje, 6 pessoas sentaram na cadeira de prefeito de Sinop. Cada um deles adotou o próprio esquema de cores para pintar os prédios públicos do município – levando sempre em consideração as cores “oficiais” da bandeira e do brasão.

Nilson Leitão (PSDB), prefeito entre 2001 e 2008, escolheu como cor predominante da sua gestão o “azul tucano”, tendo como secundárias as cores verde e branco. Quando Juarez Costa (MDB), assumiu o cargo em 2009, ele tratou de implementar seu próprio esquema de cores, buscando nos grãos de café do brasão de Sinop o vermelho – tom predominante da sua gestão, além do cinza. Da bandeira mesmo, Juarez aproveitou só o branco. Inclusive, foi preciso mudar a lei para que o gestor pudesse utilizar as cores dos itens do brasão e não apenas da bandeira.

Aos poucos, os polêmicos prédios vermelhos começam a ser cobertos por verde, amarelo e branco – as três cores escolhidas pela atual prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PR). Em dois anos e 4 meses de gestão, quase todos as repartições públicas foram repintadas com o novo padrão. E essa pode ser a cor que ficará para sempre.

É o que propõe a vereadora Professora Branca (PR). Ela é a autora do projeto de lei 044/2019, que será encaminhado para as comissões competentes da Câmara na sessão desta segunda-feira (6). O projeto de lei da vereadora pretende perpetuar o padrão de cores escolhido pela atual prefeita.

Em suma, a vereadora propõe alterar a lei 1100/2009 (aquela que permitiu utilizar os grãos de café no esquema de cores). A mudança estipula que os prédios públicos existentes no município serão padronizados com as cores constantes no Brasão de Armas de Sinop e na Bandeira Nacional. Até aí, nada de novo, já que a bandeira de Sinop compartilha as cores do pavilhão nacional.

O que muda o texto da lei é a determinação que as partes externas serão obrigatoriamente “e de forma definitiva” nas cores branco, verde e amarelo – “não podendo ser substituídas ou alteradas sem justificativa prévia”, diz o texto do projeto. Para pintar um prédio público em Sinop que não seja de branco, verde e amarelo, é preciso realizar uma audiência pública.

O padrão de cores também deve ser aplicado aos veículos da frota, as placas e letreiros dos logradouros públicos.

Na justificativa do projeto, a vereadora argumenta que o objetivo é impor limites nos gastos públicos com pinturas, algo que acontece a cada nova administração municipal “para atender anseios pessoais injustificáveis, sem necessidades e por vezes consultando interesses políticos em detrimento a outras necessidades da população em geral”, relatou a Professora Branca.

A vereadora cita que fez um levantamento recente na secretaria de Finanças e apurou que mais de R$ 553 mil foram gastos com pintura de prédios públicos. O que Branca propõe é um “ponto de corte” da prática de cada prefeito adotar um esquema de cores e, ao fazer isso, perpetua o esquema da gestão da qual faz parte.

O projeto de lei irá tramitar pelas comissões competentes e deve ser colocado em votação nas próximas sessões. Caso seja aprovado, a própria Câmara de Sinop terá que ser repintada para se encaixar no novo padrão. O prédio foi reformado no ano passado e a parte externa ganhou uma pintura em um tom nunca utilizado de cinza.