Dinheiro do Estado para Acrinorte
Notícias dos Poderes | 05 de Setembro de 2018 as 18h 12min
Em junho desse ano, a Acrinorte (Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso), realizou a 1ª Norte Agroshow, uma feira de desenvolvimento e tecnologia que, grosso modo, substituiu a tradicional Exponop. A associação trocou a festa com rodeio e bingo por um evento mais “cabeça”. Mas isso não é novidade.
O que não foi falado sobre esse evento é que R$ 200 mil do governo do Estado foram destinados a título de “Colaboração”. Quem fez o meio de campo para que a Acrinorte recebesse a ajuda foi o deputado estadual, Dilmar Dal’Bosco (DEM). Ele destinou o recurso através de uma emenda parlamentar impositiva – que é aquela fatia do orçamento que cada deputado tem para dizer onde será investido. Foi a primeira do ano que o deputado mandou para Sinop.
O governo do Estado sinalizou que cumpriria a emenda. Fez isso oficialmente, no termo de colaboração 1025-2018/Sedec, firmado com a Acrinorte. A entidade fez a feira - contando com o dinheiro ou não. Mas até agora não recebeu.
O próprio termo dava o intervalo de 3 meses para o Estado fazer o pagamento, que deveria ocorrer até o dia 4 de setembro, quando vence o documento. Mas como estamos no governo Pedro Taques (PSDB), nem o dinheiro da festa chegou. Nesta segunda-feira (3), as vésperas do final do termo de cooperação, o Estado publicou no Diário Oficial a prorrogação do prazo. O argumento? “Em função de atraso no pagamento”.
Não se trata de ser correto ou não o Estado enviar dinheiro para uma entidade privada, que já possui incentivos como imunidade tributária, realizar um evento de fomento ao seu próprio setor. A questão é que houve o compromisso de “colaborar” com o evento, sinalizando que bancaria R$ 200 mil das despesas. A colaboração foi tão boa que a festa ocorreu e a grana ainda não entrou. E talvez nem entre.
O novo prazo estipulado pelo contrato é 22 de novembro de 2018. Sim, Taques precisa mais 79 dias para pagar uma conta que fez em junho. Ainda bem que estamos falando de boi e não de gente. Já imaginou se fosse assim no Hospital Regional?