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Para quem ele trabalha?

Notícias dos Poderes | 19 de Outubro de 2018 as 15h 55min

Na quinta-feira (18), o apresentador da TV Capital e vice-prefeito de Sinop, Gilson de Oliveira, utilizou da sua habitual tribuna eletrônica para fazer cobranças ao secretário de Desenvolvimento Econômico e doravante secretário de Obras, Daniel Brolese. Cobrar serviço das pessoas investidas em órgãos públicos é algo comum para qualquer apresentador de TV. Pouco comum é ver um vice-prefeito tendo que utilizar do seu expediente profissional para lidar com conflitos dentro da gestão pública da qual faz parte. Aliás, isso é bastante curioso.

Além de estar a frente de um programa de televisão que desde seu primeiro dia tem como essência abrir espaço para o cidadão comum, Gilson é um homem público de verdade. Ele já saiu na rua para pedir voto, já foi eleito e fez os dois ao mesmo tempo na última eleição municipal. Gilson foi um dos principais cabos eleitorais do projeto político que elegeu a atual prefeita, Rosana Martinelli (PR). Muita gente votou nela por conta dele.

Por fazer parte desse grupo político por longa data e por ter feito esse contato corpo a corpo com a população, há de se pensar que Gilson conhece as demandas da população e sabe dos compromissos que o seu grupo político assumiu junto a sociedade. Dito isso, porque o vice-prefeito precisou usar o seu programa de TV para cobrar trabalho de um secretário?

A primeira resposta – talvez a mais superficial – é que não sabemos exatamente para quem Daniel Brolese trabalha. Ele nunca pediu voto para si. Logo, nunca fez corpo a corpo com a população de verdade. Se o fez, foi pedindo voto para outro. E nesse caso, para os outros. Brolese não fazia parte do grupo da prefeita Rosana Martinelli. Sua participação nas eleições anteriores foi ajudando nos projetos políticos dos adversários. Talvez esses sejam os compromissos que ele esteja querendo honrar. Os compromissos que, democraticamente, foram reprovados nas urnas.

Só isso ajudaria a explicar a cobrança feita por Gilson. O apresentador estava no ar se solidarizando ao presidente do bairro Comunidade Vitória. Olhando para o tempo, o cidadão reclamava que a secretaria de Obras não mantinha uma constância nos trabalhos começados no bairro. O maquinário chega, trabalha dois dias e vai para outro lugar. São 3 meses já e a obra não está nem perto de acabar.

Estamos falando de uma rua. Uma única rua que a prefeitura precisa fazer a base e a sub-base para que uma empresa contratada enfim aplique a capa asfáltica. A pavimentação da Comunidade Vitória é um dos principais compromissos firmados em campanha. Algo que vem sendo reivindicado por aquela população desde 2012. As primeiras chuvas já começam a cair, a secretaria de obras ainda não fez a sua parte e a Comunidade Vitória está vendo que ficará mais um ano amassando barro.

Mas por que Brolese não deixou o maquinário trabalhando lá. A tal resposta superficial volta a fazer sentido: porque não se sabe para quem ele trabalha! O secretário mandou a frota para a Avenida Maringá, para ajudar nas obras da avenida que fica na frente do futuro Shopping. Brolese tirou as máquinas públicas de uma das ruas mais populosas e carentes de Sinop para colocar na frente de um empreendimento privado que quem sabe em 2019 fique pronto.

Nós já vimos esse comportamento antes nesse mesmo secretário. Logo na sua estreia, em março de 2017, Brolese tomou a frente para cumprir a vontade do Ministério Público em remover os comércios ambulantes de Sinop. Varreu a cidade caçando dono de espetinho, vendedora de pão, carrocinha de cachorro-quente e qualquer outro comerciante sem CNPJ. Os que sobreviveram ao arrastão foram amontoados nos pátios dos dois ginásios de esporte do centro. A “gambiarra” já dura um ano. Sem qualquer regulamentação, esses comerciantes foram postos lá, fizeram pequenos investimentos e, agora, ninguém sabe ao certo o que fazer com eles. Já teve até vereador denunciando a venda de ponto. Mas para Brolese, ele resolveu a situação. Afinal, os elegantes promotores tiveram sua vontade atendida. Os comerciantes “sérios” também. Os investidores do Shopping também estão felizes com esse secretário.

Para quem Brolese trabalha?