Quanto mais vazia a lata, maior o barulho
Notícias dos Poderes | 03 de Abril de 2019 as 18h 14min
“Põe na minha lata”! Esse foi um dos muitos bordões que o apresentador de TV, Tony Lennon (MDB), usou a exaustão na sua profissão de comunicador. O palanque digital foi o primeiro degrau que o alçou a vida pública. Aquela figura, até certo ponto caricata, roncando alto e grosso nos noticiários do meio dia da TV sinopense, abarrotando o horário com frases de efeito, cativou a audiência – e também os eleitores.
Tony está na sua segunda passagem pela Câmara de Sinop – a primeira como titular da cadeira. No ofício público, repete a métrica do que fazia na TV: ronca alto e grosso, exibindo seu corolário de bordões e metáforas de lógica questionável. Ouvindo e vendo, é um espetáculo para se aplaudir em pé. Mas quando escrevemos as palavras na exata ordem que o vereador as pronunciou, a mágica acontece: o sentido desaparece!
Na sessão desta segunda-feira (1), Tony pediu o espaço na tribuna para discutir o projeto de lei 010/2019, que versava sobre os termos para criação, instalação e eleição de um novo Conselho Tutelar na cidade. Foram 5 minutos de espetáculo em alto e bom som, com um discurso que encheu o auditório da Câmara. Muito barulho, mas pouco conteúdo. Tony não trouxe nenhum ponto novo para discussão do projeto. Aliás, ele não falou do projeto de lei. Sua “apresentação” se focou em uma compreensão distorcida da fala do vereador Luciano Chitolina (PSDB), que o antecedeu. Só para fins de compreensão, Chitolina tentou fazer emendas no projeto, foi vetado e, por último tentou tirar o projeto da pauta. O vereador pretendia aumentar a exigência aos candidatos que disputariam o novo conselho. Então, na sua linha argumentativa, seria “culpa dos vereadores” se um dia algo de ruim acontecesse com uma criança por “incompetência dos [futuros] conselheiros tutelares”.
Tony entrou na tribuna como quem volta do intervalo comercial e precisa prender a audiência. Ele dizia: “Que moral tem o vereador para chamar seus colegas de incompetente?”. O discurso se resumiu a ele dizendo que não foi convidado para a reunião do conselho e, nos 85% restante, rebatendo a compreensão errada que ele teve da fala do vereador Chitolina.
Ao longo da sua fala, Tony usou 15 vezes a palavra “incompetente”. A frase inteira, que questionava a “moral” foi repetida 3 vezes. Entre os intervalos da fala, preenchia com bordões como “nós que estamos aqui mascando abelha”, ou então “ninguém aqui é filho de pai assustado”. Além de, é claro, as frases de efeito. Tony chegou a dizer: “Quer ir pro pau, vâmo pro pau meu irmão!” – 3 vezes!
Por fim, indignado com a irresponsabilidade do discurso alheio, Tony declarou: “Se for para liberar a casa, cada um fala o que acha que tem que falar”.
Como se isso já não fosse a norma vigente. Já que o vereador gosta tanto de bordões e frases de efeito, vamos acabar com uma:
- Quando mais vazia a lata, maior o barulho.
E põe na minha lata!
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