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Polícia

Amigo de PF morto desabafa e diz que ligam mais para traficante do que policiais

Polícia | 17 de Maio de 2015 as 14h 05min
Fonte: G1

Foi enterrado em Brasília na manhã deste domingo (17) o corpo do policial federal Mário de Almeida Mattos, que morreu aos 33 anos depois de ser baleado no tórax durante uma operação que tentava interceptar uma quadrilha que pretendia roubar um avião. A cerimônia aconteceu no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Amigo de infância da vítima, Paulo Eiras se emocionou e classificou o momento como triste.

"É impossível acreditar. Todo mundo está achando que ele vai acordar e vai dizer que é uma pegadinha do malandro, como ele sempre brincava com a gente", declarou ao G1.

Colega de Mattos no esquadrão antiaéreo da PM, o militar Islen Borges, de 39 anos, publicou uma "carta de despedida" em uma rede social, “Hoje é um dia muito triste para todos os policiais do Brasil, principalmente para nós que convivemos com esse Irmão. Trabalhamos durante anos no grupamento aéreo da PM/DF e construímos uma amizade eterna. Passou na polícia federal e realizou seu sonho. Só que na madrugada de hoje, em uma troca de tiro com marginais, foi atingido por um tiro de fuzil, na cidade de Sinop/MT. Morreu defendendo uma sociedade hipócrita que da mais valor a um traficante do que nos seus policiais. Isso não importa mais, pois nada o trará de volta. Lembraremos sempre de você com esse sorriso aí, irmão. Vá com Deus e que Ele conforte sua esposa, mãe e demais familiares”, diz o texto.

Segundo Borges, os familiares de Mattos moram em Brasília, onde o policial também conheceu a mulher. "A família é praticamente toda daqui. A esposa é do DF, passou em um concurso no Mato Grosso só para ir morar com ele lá. Agora, eu não sei o que a família vai fazer. É muito triste", diz. O militar conta que esteve com o amigo há poucos meses. "Ele veio a Brasília, tomou cerveja comigo lá em casa. Não tenho palavras, não sei o que falar, é um choque."

Veterano do policial assassinado, Borges diz que ajudou na formação dele e, desde cedo, aprendeu a reconhecer o trabalho do colega. "Sempre foi muito comprometido, gostava de se especializar, fazer cursos e aprimorar o serviço. Era um excelente policial", diz.

O agente da PF também atuou na Polícia Militar do DF, até 2013, quando tomou posse na carreira federal e foi transferido para Mato Grosso.

Colega de Mattos no treinamento aéreo em 2005, o tripulante operacional da PM Leonardo Foggia Pereira, de 36 anos, publicou um vídeo com fotos de arquivo da corporação. Segundo ele, a amizade iniciada no curso não diminuiu ao longo dos últimos 10 anos, mesmo com a mudança de corporação.