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Após a prisão de 3, índios cobram pedágio de até R$ 300 em MT

Polícia | 22 de Fevereiro de 2016 as 10h 40min
Fonte: FOLHA MAX

| folha max

Um grupo de indígenas da etnia xavante retomou nesta segunda-feira (22) um bloqueio e a cobrança de até R$ 300 de pedágio na BR-158, em Canarana, a 838 km de Cuiabá. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o bloqueio ocorre como forma de protesto após a prisão de três índios durante uma caça em propriedades rurais em Ribeirão Cascalheira, a 893 km da capital, região onde fica a aldeia deles.

Os indígenas começaram o pedágio no domingo (21) e suspenderam o ato depois da chegada de policiais rodoviários. O coordenador da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de Ribeirão Cascalheira, Alexandre Abreu, acompanha a situação e afirma ter orientado os indígenas sobre a ilegalidade do pedágio e do bloqueio. Os condutores relataram aos policiais que os indígenas cobraram até R$ 300 para a passagem de caminhões e R$ 200 para carros e demais veículos.

“No sábado (21) eles saíram para caçar com algumas armas que eles têm, são armas antigas. Eles caçam dentro da terra indígena, perto de uma área de fazenda. Eles foram com o carro deles e entraram para caçar nessa mata. O fazendeiro [dono da propriedade] viu o carro e chamou a polícia. Quando ele viu que se tratava de índios acabou voltando atrás, disse que não tinha problema em caçarem”, relatou o coordenador da FUNAI.

Porém, os policiais militares teriam dito que a situação era irregular, já que os índios estariam armados em uma propriedade particular. Sete indígenas foram levados pelos policiais até a base da PM. “Desses sete que foram detidos, três foram autuados por caça e porte ilegal de arma e levados para o presídio. Em reunião na aldeia eles [os indígenas] resolveram fechar a BR-158. Nós da FUNAI não recebemos o auto da prisão”, afirmou Alexandre.

Os três índios foram levados para uma unidade prisional de Água Boa, a 736 km de Cuiabá. As lideranças indígenas e o coordenador da FUNAI vão se reunir na manhã desta segunda-feira com representantes da Justiça para tratar o assunto e cobrar um posicionamento. “Eles foram presos durante um ato cultural deles, que é a caça. Nós os informamos que é errado esse pedágio, estão desvirtuando o protesto. O bloqueio da rodovia nós não concordamos, mas entendemos o posicionamento deles”, disse o coordenador.