Grupo armado se nega a sair de garimpo em MT

Secretário estadual pediu reforço de tropas federais para tirar invasores

Cerca de 30 homens fortemente armados que se intitulam como “seguranças” invadiram a Serra da Borda, em Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá) e trocaram tiros com policiais militares no último sábado (30).

Os suspeitos ainda informaram que só sairão de lá mortos, e que qualquer instituição ou pessoa que tentar retirá-los do local serão recebidos “debaixo de bala”.

Forças policiais já se reúnem para estudar uma possibilidade de remover os criminosos da serra, que ficou conhecida em setembro de 2015 quando milhares de pessoas de todo o país descobriram a existência de ouro na região.

Segundo o delegado da Polícia Civil da cidade, Gilson Silveira, a nova invasão ocorreu nos últimos dias de dezembro e após receber denúncias, policiais militares se deslocaram até o local, onde foram recebidos a tiros.

“O que foi constatado a princípio é que se trata de criminosos profissionais e que estão de posse de armas de grosso calibre. Eles chegaram a falar para os militares que só sairão de lá mortos, e pela recepção que fizeram, estamos realmente preocupados com a situação”.

Segundo Silveira, os suspeitos não seriam garimpeiros e estariam na serra apenas realizando a “segurança” do local a mando de criminosos considerados muito mais perigosos.

“Há suspeita de que membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) sejam os organizadores da nova invasão, mas, não foi confirmado ainda. A priori estamos focados no trabalho de identificação destes seguranças, para depois decidirmos junto à Secretaria de Segurança Pública (Sesp) o que será feito”.

O delegado pontuou que a cúpula das polícias Militar e Civil já estão se organizando para desenvolver a parte que cabe a estas. “Também acionamos a Polícia Federal (PF) já que a área é de responsabilidade de União, e por isso, não podemos atuar efetivamente dentro da serra”.

Ainda não se sabe a quantidade exata de garimpeiros que atuam na extração de ouro na serra, mas, segundo as investigações pelo menos 100 pessoas trabalham no local.

Reunião

Por meio de nota, a Sesp informou que está adotando medidas repressivas e preventivas em relação a nova invasão na Serra da Borda, por meio das ações integradas entre as polícias Civil e Militar. Ainda conforme a pasta, nesta terçafeira (3) haverá uma reunião com as forças de segurança na região de fronteira com participação da Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público Federal (MPF), por se tratar de uma área federal.

Na ocasião vão decidir quais outras medidas serão tomadas em relação ao fato.